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Amazonas

Carta a Wilson Lima, em 2021, denunciou situação precária do Hemoan, onde morreu filha de influenciadora

A carta ao governador dizia que no início do atual governo, a obra do hospital estava 30 % concluída e que já havia c3 anos de construção e “o que assistimos incrédulos, são adiamentos intermináveis, para a sua conclusão”.

Uma ‘Carta Aberta ao Governador do Amazonas’, Wilson Lima (UB), hoje candidato à reeleição, divulgada no final do ano passado, denunciou que, no início do atual governo a obra do Hospital do Hemoan estava 30 % concluída e teve sua conclusão várias vezes adiadas e, que até aquela data não havia “a menor ideia da data de entrega”, mesmo com várias promessas e compromissos assumidos pela gestão.

A carta foi assinada pela diretoria e servidores da Fundação Hospitalar de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas (Hemoan), pelo Grupo de Apoio a Criança com Câncer (GACC), pelos Conselhos Regional de Medicina (CRM) e Enfermagem do Amazonas (Coren) e pela Associação Médica do Amazonas (AMA).

A carta dizia: “No início do atual governo, a obra do hospital estava 30 % concluída e o contrato foi para a conclusão em dois anos. Já estamos com 3 anos de construção e o que assistimos incrédulos, são adiamentos intermináveis, para a sua conclusão. As várias datas informadas pelo empreiteiro e uma delas acordada entre o senhor Governador, o Secretário de Infraestrutura e o empreiteiro, foram: dezembro de 2020, junho de 2021 e outubro de 2021. Esta última, acertada em reunião no gabinete com o governador. Depois, foi prometido para novembro de 2021 e agora, não temos a menor ideia da data de entrega”.

A carta dizia, ainda que “devemos deixar claro à sociedade que as condições de assistência aos pacientes que necessitam de internação estão precaríssimas e muitos pacientes não conseguem a internação necessária”. E que “muitos outros estão sendo assistidos precariamente em Pronto Socorros ou em outras Unidades de internação, criando dificuldades no acompanhamento e gerando piora no prognóstico”.

A direção e os servidores do Hemoan e as entidades que assinaram a carta ao governador afirmaram que informaram, já naquela época, sobre os riscos de colapso no atendimento dos pacientes com doenças do sangue e, que para evitar o caos, estavam fazendo mais do que podiam.

“Contudo, sem as condições para manter o padrão de atendimento que temos e por razões de segurança à saúde dos pacientes, informamos que estarão suspensas, nas instalações do Hemoam, as internações que vem acontecendo em corredores, em macas e em leitos para atendimentos das urgências”, comunicam.

A carta dizia também: “Vimos a presença da sociedade civil com a determinação de quem sempre lutou para manter o padrão de excelência nos serviços prestados e por isso, solicitamos com veemência, que o Hospital seja entregue no mês de Janeiro de 2022. Reconhecemos o esforço e o compromisso deste governo com a finalização do Hospital, porém não aceitamos que a conclusão do mesmo ocorra depois do mês de janeiro ou que venha acontecer no calor da campanha eleitoral. É preciso lembrar que muitos pacientes estão pagando com o seu sofrimento e mesmo com a sua vida pela demora na entrega do Hospital e que esta obra está há 3 anos sob a responsabilidade dos governos federal e estadual”.

No final, a carta assinada por servidores, pacientes do Hemoam e por entidades da sociedade civil, pedia a Wilson Lima, “peremptoriamente”, que fosse viabilizada a entrega do Hospital até o final de janeiro de 2022”.

Morte

A situação do Hospital do Sangue do Amazonas voltou ao noticiário nesta semana, após a tragédia da morte, na última segunda-feira (12/09), em Manaus (AM), de Lua Lima Pinheiro, de 5 anos, filha da influenciadora Magrinha Ellen, que lutava, no Hemoam, contra a leucemia.

Antes da criança morrer, no início do dia, Magrinha postou um vídeo no Instagran, denunciando que não conseguia um leito de UTI para a filha, com críticas diretas ao governador Wilson Lima. Ela se desesperou ao saber que não havia leitos de UTI para Lua. Depois, voltou a informar que duas pessoas entraram em contato com ela e conseguiram a vaga para a menina, que não resistiu.

A influenciadora questionou do governador Wilson Lima o motivo de a obra do novo Hospital do Sangue do Amazonas não ter sido concluída. “Já era para o hospital estar pronto, mas não está por falta de material. Ninguém vai entender a dor que estou sentindo no momento, precisando de ajuda, de mãos atadas. Eu não posso fazer nada. E, agora, eu te pergunto, aqui, do governante que está no comando, Wilson Lima: cadê o hospital, qual a UTI para as crianças? Quando que tu vais entregar? O pessoal está atrás de UTI nos hospitais, mas não tem vaga gente”, desabafou.

O governo do Amazonas, via Secretaria de Saúde, em nota, lamentou a morte da criança e disse que prestou toda a assistência.

Promessa

Em agosto de 2019, Wilson Lima informou, em uma visita ao local, que as obras do Hospital do Sangue da Fundação Hospitalar de Hematologia e Hemoterapia do Estado do Amazonas (Hemoam), na zona centro-sul de Manaus, seriam entregues em 2020.

A construção da unidade iniciou em 2014, chegando a ser totalmente paralisada em 2017.
“Hoje a estrutura do Hemoam funciona dentro do seu limite, atende, inclusive, além da sua capacidade. Mas faz isso tendo esse compromisso com o cidadão, tendo esse compromisso com o paciente. A expectativa é que no ano que vem nós possamos entregar esse prédio para aumentar essa capacidade de atendimento”, afirmou o governador, à época.

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