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Amazonas

Bolsonaro liberou emenda milionária para Omar Aziz às vésperas do fim da CPI, diz revista Cruzoé

De acordo com informações da revista “Crusoé”, os recursos foram repassados pelo ministério do Desenvolvimento Regional e serão destinados “à reconstrução de uma rodovia estadual do Amazonas, a AM-010”.

Omar Aziz negou que liberação de emenda tenha impactado no relatório final da CPI da Covid. (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

O governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) começou a liberar uma “superemenda” no valor de R$ 220 milhões do senador e presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), às vésperas do fim da Comissão, que pedirá o indiciamento do chefe do Executivo Federal por uma série de crimes cometidos durante a pandemia de coronavírus no Brasil, entre os quais crime contra a humanidade.

De acordo com informações da revista “Crusoé”, os recursos foram repassados pelo ministério do Desenvolvimento Regional, e serão destinados “à reconstrução de uma rodovia estadual do Amazonas, a AM-010”. A emenda em questão foi negociada pelo senador em 2019, mas o dinheiro foi liberado agora.

À Crusoé, Omar Aziz negou que a liberação dos recursos para sua emenda tenha impactado no texto final da CPI da Covid, que foi lido pelo relator Renan Calheiros (MDB-AL), na quarta-feira (20).

“Nada a ver isso aí. Depois do dinheiro depositado, vira uma questão técnica. A minha briga foi lá atrás para colocar o dinheiro. Depois que está lá, mano, esquece”, declarou Aziz à revista.

Aziz afirma que Bolsonaro será investigado

Durante a sessão da CPI da Covid para a leitura do relatório elaborado por Renan Calheiros, o presidente da Comissão, Omar Aziz, afirmou que as provas dos crimes cometidos por Jair Bolsonaro “são muito grandes” e que o presidente será investigado, “pois ninguém está acima da lei”. Segundo o parlamentar, a Comissão “tem provas muito grandes em relação à conduta” do mandatário durante a crise sanitária no país iniciada em março de 2020.

“Nenhum cidadão está acima da lei, e isso vale para o presidente Jair Messias Bolsonaro, ele será investigado sim”, declarou.

Na ocasião, Omar Aziz também criticou a fala do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) de que seu pai, o presidente Bolsonaro, teria como reação às denúncias imputadas a ele pela CPI, rir das acusações.

O senador lembrou que o chefe do Executivo Federal já tinha dado “gargalhada da falta de ar” ao imitar pessoas doentes com a covid-19. “Eu me entristeço muito por uma razão. Eu me entristeço porque agora eu estava vendo uma matéria – me mandaram um negócio aqui em que eu não quero crer – segundo a qual o presidente, quando leu o relatório, ou foi avisado do relatório, deu gargalhada”, afirmou Aziz.

“O presidente deu gargalhada da falta de ar, o presidente deu gargalhada quando mandou a mãe comprar vacina. Presidente, a gente tem respeito pelo cargo de vossa excelência, é a maior autoridade deste país. Vossa excelência tenha certeza de que nós não vamos permitir que nenhum cidadão, seja a autoridade que for, ache que pode engavetar esse relatório”, acrescentou.

Segundo Aziz, o relatório passa a ser não somente da CPI, mas também das vítimas da covid-19 e dos mais de 600 mil brasileiros que morreram em decorrência da doença.

“Presidente, o país precisa de afeto, e as imputações que estão sendo feitas contra a sua administração e contra a sua pessoa são imputações muito sérias. Rir neste momento… Não creio que seja uma risada de alívio; pelo contrário, a sua risada é de temor, porque a justiça vem, vem pelos homens e vem pela justiça divina.”

O texto final da CPI da Covid irá para votação na próxima terça-feira (26).

Veja os crimes apontados a Bolsonaro pelo relatório final da CPI:
-epidemia com resultado morte;
-infração de medida sanitária preventiva;
-charlatanismo;
-incitação ao crime;
-falsificação de documento particular;
-emprego irregular de verbas públicas;
-prevaricação;
-crimes contra a humanidade, nas modalidades extermínio, perseguição e outros atos desumanos;
-crimes de responsabilidade (violação de direito social e incompatibilidade com dignidade, honra e decoro do cargo)

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