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Amazonas

Boletins do Inpe e Inmet anunciam retorno de chuvas no mês de novembro para a Amazônia

Boletim conjunto do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e Funceme, publicado nesta quinta-feira (26/10) foi apresentado em sessão no Senado.

Estiagem na comunidade do Catalão (AM). (Foto: Cadu Gomes/VPR)

A região Sudoeste da Amazônia deve voltar a receber chuvas em novembro. A informação é do boletim conjunto do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e Funceme, publicado nesta quinta-feira (26/10) e apresentado em sessão no Senado. O documento mostra as tendências climáticas para os próximos três meses em todo Brasil.

De acordo com o coordenador-geral de Ciências da Terra do Inpe, Gilvan Sampaio, a chuva deve retornar à Amazônia no próximo mês, mas com volume abaixo da média e apenas no sudoeste. A recuperação da seca extrema que atinge a região deve ser “lenta”, afirma. O fenômeno climático El Niño deve ganhar força até dezembro, isso fará com que o leste e norte da região amazônica sofram ainda mais com a seca, bem como toda a região Norte.

Com anomalia de temperatura do Atlântico Tropical, provocada pelo El Niño, os volumes de precipitação ficarão abaixo da média no Norte do Brasil nos próximos meses. Já no norte Nordeste, a indicação é de que o Atlântico Norte continuará aquecido, o que contribui para a seca. Áreas do Centro-Oeste (MT e GO) e Sudeste (MG e ES) também podem sofrer com a falta de chuva.

O diretor-geral do Inpe, Clézio De Nardin, afirmou que o impacto do aquecimento no oceano é um dos mais fortes já registrados na história. “A seca gravíssima que está no sudeste da Amazônia passará para o leste da Amazônia”, afirmou.

No Sul, a chuva que já deixou milhares de mortos no Rio Grande do Sul, deve persistir. O volume continuará acima da média, como já ocorre – em 19 dias de outubro, choveu no estado o triplo do previsto para todo o mês. Outros locais também devem ser atingidas pela chuva, como Mato Grosso do Sul, São Paulo e o sul de Minas Gerais. No entanto, o alerta maior é para o oeste de Santa Catarina, sudoeste do Paraná, sul do Mato Grosso do Sul e todo território gaúcho.

“Com parte do Pacífico aquecido, os ventos do oceano que seguem na direção Leste-Oeste sobre a Cordilheira dos Andes formam uma espécie de barreira sobre o território brasileiro, fazendo com que as frentes frias trafeguem com mais lentidão sobre a região Sul”, explicou De Nardin sobre o alto volume de chuva no Sul do Brasil.

Investimento na política ambiental

O diretor do Inpe destacou o investimento de cerca de R$ 200 milhões do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação na Renovação da Infraestrutura de Supercomputação do instituto.

Os recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) serão aplicados na aquisição do novo supercomputador, na instalação de uma usina fotovoltaica para suprir a demanda energética da máquina e no desenvolvimento do Monan – Modelo para Previsão dos Oceanos, Superfícies Continentais e Atmosfera. Esse sistema recebe as informações de satélites, dados de radares e de outros sistemas de medição para realizar as previsões de tempo, do comportamento dos oceanos, dos ventos, entre outros.

A assessora política do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), envolvida em estudo sobre o Fundo Nacional do Meio Ambiente, analisa que o desmonte em políticas públicas voltas ao meio ambiente contribuiu para a situação severa climática do país. “No governo passado o desmonte da política ambiental foi muito grave e severo. Isso fragilizou ainda mais uma política ambiental que já era muito frágil e que já não dava conta”, comenta. Ela explica a necessidade de uma política nacional sobre o assunto. “A gente precisa de uma Política Nacional de Meio Ambiente que realmente consiga estruturar e apoiar, inclusive os municípios, para que eles tenham suas ações, não só de mitigação, mas de adaptação às mudanças climáticas. Nós estamos muito longe de conseguir dar respostas objetivas, do ponto de vista de estruturar mecanismos e instrumentos de financiamento, que são hoje cada vez mais urgentes”, conclui.

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