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Amazonas

Após denúncia, Susam descredencia empresa que não tem enfermeiros titulados

Secretaria comunicou ao Instituto de Enfermagem Intensivista do Amazonas (Ieti) para continuar com os serviços de enfermagem em terapia intensiva.

A Secretaria de Saúde do Amazonas (Susam) descredenciou a empresa Manaós para a prestação de serviços de enfermagem nas unidades do Estado tendo em vista da ausência de comprovação de enfermeiros titulados e comunicou ao Instituto de Enfermagem Intensivista do Amazonas (Ieti) para continuar com os serviços de enfermagem em terapia intensiva. O comunicado foi feito no último dia 29, pelo secretário executivo da Susam, João Paulo Marques dos Santos, via Ofício, à presidente do Ieti, Suzany Teixeira da Silva.

Ofício do secretário executivo João Paulo Marques dos Santos à presidente do Ieti (Reprodução)

A presidente do Ieti disse que, com a decisão, “ a sociedade estará protegida”. “Vencemos uma importante batalha judicial com o apoio do Ministério Público e da Susam. Prestamos enfermagem em Manaus por décadas, com qualidade reconhecida. Não vamos jamais deixar a população ser atendida por profissionais despreparados. Quem ganha é a população”, disse ela.

Ata da reunião técnica da Susam realizada no dia 29 de outubro de 2019 (Reprodução)

De acordo com Ata da Reunião Técnica 148/2019 da Susam com o Conselho Reginal de Enfermagem (Coren) e o Ministério Público do Estado (MP-AM), para coordenar Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é obrigatório que o enfermeiro seja titulado pela Associação Brasileira de Enfermagem em UTI (Abenti). E nenhum dos profissionais da empresa Manaós está titulado. Ficou ajustado que, dada a exigência de titulação, a Manaós fica desclassificada no pregão 1015 e o Ieti continua prestando os serviços. O pregão volta à Comissão de Licitação para as medidas cabíveis.

Denúncias

Foram denunciadas várias irregularidades no Pregão Eletrônico 1015/18 da Comissão Geral de Licitação (CGL) do governo do Amazonas para a contratação de enfermeiros intensivistas de unidades da Susam, que podem colocar em risco a vida de centenas de pacientes, pois o Estado estava contratando enfermeiros não capacitados. A denúncia foi feita pelo Ieti ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) e ao Tribunal de Justiça (TJAM).

O Ieti divulgou Nota de Pesar contra o resultado da licitação, onde chamava a atenção da população do Estado sobre as irregularidades: “Entendemos que todos têm o direito de concorrer, mas que seja justo, que seja avaliando preparação, habilidade e competência daqueles que cuidarão de pacientes em seu momento mais delicado de vida, que é estar numa unidade de terapia intensiva”, disse a nota.

Segundo a denúncia, havia risco de descredenciamento de 39 Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) para adultos, de pediatria e neonatal, no Estado, por não possuírem em seu quadro funcional “enfermeiros titulados”, uma exigência do Ministério da Saúde. O Ieti denunciou que “atestados de capacidade técnica e operacional apresentados pela Manaós não demonstram similaridade compatibilidade em características e prazos com o objeto licitado, considerando primeiramente que serviços executados por técnicos de enfermagem não são similares, desenvolvidos por enfermeiros, existindo uma extensa lacuna na preparação e capacidade operacional de distintas profissões, a começar que o técnico de enfermagem não detém formação de nível superior, nem tampouco com especialização em terapia intensiva”.

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