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Amazonas

Após 4 meses, Susam não termina sindicância sobre denúncias contra enfermeiros da Manaós

Um desses eventos, relatado no dia 15 de fevereiro, trata de lesões detectadas pela equipe médica em membro superior de um paciente de seis meses internado na UTI do Icam.

Quatro meses depois, a Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (Susam) não terminou e nem tem prazo para terminar a sindicância anunciada em fevereiro deste ano, para apurar irregularidades cometidas por enfermeiros da empresa Manaós Serviços de Saúde Ltda. nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) do Instituto de Saúde da Criança do Amazonas (Icam) e do Hospital Infantil Dr. Fajardo, que levaram à morte de pelo menos uma criança.

E-mail da Secretaria de Estado da Saúde (Susam), em resposta a pergunta do 18horas.com.br sobre resultado da sindicância.

No dia 26 de fevereiro, a Susam informou que, desde o dia 11 do mesmo mês, vinha recebendo relatórios com denúncias registradas nos livros de ocorrência das duas unidades e que, “um desses eventos, relatado no dia 15 de fevereiro, trata de lesões detectadas pela equipe médica em membro superior de um paciente de seis meses internado na UTI do Icam”. Segundo a secretaria, “o paciente veio a óbito na manhã desta quarta-feira (26/02), na UTI daquela unidade, por infecção generalizada decorrente da complicação de seu quadro clínico, que era gravíssimo, desde sua admissão em agosto do ano passado”.

Os pais do bebê denunciaram que o braço da criança foi quebrado durante coleta de sangue realizada, no dia 14 de fevereiro, por um dos enfermeiros da Manaós. O casal trouxe o filho para Manaus para receber tratamento médico, já que no município deles, em Nova Olinda do Norte, não havia condições. Carlos Izael disse que, ao visitar o filho, foi informado que o bebê tinha “ossos frágeis”.

Na ocasião, a Susam informou que abriu sindicância para avaliar a conduta profissional em relação ao paciente de seis meses e que “a empresa está sendo notificada e serão tomadas todas as medidas administrativas e jurídicas”.

Na última sexta-feira, a secretaria informou, via e-mail, que “a Comissão de Sindicância segue trabalhando na apuração das informações e ainda não há prazo para a finalização do processo”.
Este ano, a Manaós já recebeu pagamentos de R$ 5 milhões da Susam, segundo o Portal da Transparência do Estado.

A partir do dia  14 de fevereiro, Susam recebeu relatórios de situações adversas que demonstram inabilidade técnica de enfermeiros da Manaós, ocorridas nos plantões das UTIs das duas unidades, todas registradas em livros de ocorrência, tais como: dificuldade de realização de controle hídrico, acesso intravenoso com excessivas tentativas e insucesso, dificuldades de montagem de circuitos de ventiladores mecânicos, aspiração orotraqueal.

No início do ano, a Susam descredenciou a empresa Manaós para a prestação de serviços de enfermagem nas unidades do Estado tendo em vista da ausência de comprovação de enfermeiros titulados.

Foram denunciadas várias irregularidades no Pregão Eletrônico 1015/18 da Comissão Geral de Licitação (CGL) do governo do Amazonas para a contratação de enfermeiros intensivistas de unidades da Susam, que podem colocar em risco a vida de centenas de pacientes, pois o Estado estava contratando enfermeiros não capacitados. A denúncia foi feita  ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) e ao Tribunal de Justiça (TJAM).

Morre bebê que foi encontrado com braço quebrado na UTI do Icam

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