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Amazonas

Após 10 anos da Lei de Cotas, mais de 16 mil alunos ingressaram na Ufam por reserva de vagas

Lei sancionada em 2012 determina que metade das vagas oferecidas por universidades federais sejam destinadas a estudantes de escolas públicas.

Alunos da Ufam. (Foto: Divulgação)

Pouco mais de 10 anos após a Lei de Cotas nas universidades federais ter sido sancionada, a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) registrou o ingresso de mais de 16 mil estudantes por meio do sistema de reserva de vagas para alunos de escolas públicas que conseguiram a nota necessária para a aprovação.

Segundo levantamento realizado pela Pró-Reitoria de Ensino de Graduação da universidade, desse total de alunos, 12.744 são dos cursos de Manaus, e 4.079 dos cursos ministrados no interior do estado.

Sancionada pela então presidente Dilma Rousseff, a lei federal 12.711 determina que, entre as vagas reservadas para estudantes de escola pública, metade seja disponibilizada para alunos de famílias com renda igual ou inferior a um salário mínimo e meio por membro da família. E a outra metade, para alunos com essa renda familiar acima de 1 salário mínimo e meio, também por membro da família.

As cotas raciais viraram uma subcota dentro dessa reserva de vagas para alunos de escolas públicas. E a porcentagem para pretos, pardos e indígenas não é fixa, varia de acordo com a quantidade de habitantes desses grupos no estado onde se localiza a instituição de ensino.

No Amazonas, 80,1% da população diz ser parda, de acordo com Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – Características Gerais dos Moradores, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), divulgada no mês passado.

Redução de desigualdades

Para a professora Marilene Corrêa, do Departamento de Ciências Sociais da Ufam, a lei alterou o cenário educacional do país, e tem buscado provocar mudanças de estrutura de pensamento e de possibilidades de ocupabilidade.

“Foi estratégico, porque originou um movimento sem retorno ao atraso da exclusão vivida pelos grupos discriminados social e economicamente. Estes serão sujeitos de outras formas de inclusão cidadã. E progressivamente os direitos estarão no horizonte de todos”, afirmou a professora.

“A Lei foi bem-sucedida em todos os aspectos; qualquer crítica em relação a este sucesso pode-se enquadrar nas distintas manifestações do racismo estrutural. Foi um sucesso como política afirmativa, como quebra de continuidade geracional de grupos sociais impedidos pela desigualdade de ter acesso à educação superior pública. Pode ser o início de várias medidas de reparação histórica e de combate às disparidades econômicas e socioculturais e até regionais”, avaliou a docente.

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