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Amazonas

Amazonino Mendes, ex-governador do Amazonas, morre aos 83 anos

Amazonino Mendes deixa um legado incomparável, como homem e político, que lutou bravamente como poucos, mas agora descansa em paz.

Amazonino Mendes – Foto: Reprodução/Instagram

A família de Amazonino Armando Mendes comunicou com pesar o seu falecimento neste domingo (12/02), em São Paulo, aos 83 anos.  Em nota,  diz que ele teve “uma vida vitoriosa dedicada com muito amor à família e ao povo do Amazonas” e “deixa um legado incomparável, como homem e político”, que “lutou bravamente como poucos, mas agora descansa em paz”.

Amazonino Mendes morreu no hospital Sírio-Libanês, de São Paulo, onde se tratava de um quadro grave de pneumonia e complicações da diabetes. Nasceu em Eirunepé (AM) em 16 de novembro de 1939, filho de Armando de Sousa Mendes e de Francisca Gomes Mendes.  Foi casado com Tarcila Prado de Negreiros Mendes que morreu em 2015, com quem teve três filhos, Lívia Mendes, Armando Mendes e Cristina Mendes.

Seus primeiros estudos foram feitos em sua cidade natal. Depois, transferiu-se para o Ceará e estudou no Colégio Castelo Branco, em Fortaleza. De volta ao Amazonas, foi aluno do Colégio Dom Bosco, em Manaus, e cursou o segundo grau no Seminário do Espírito Santo, em Tefé (AM).

Empresário da construção civil, em 1960 tornou-se diretor-auxiliar do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) do Amazonas, onde ficaria até 1963. Em 1961 participou do Congresso Nacional dos Estudantes Secundaristas, realizado em Goiás. Ingressou na Faculdade de Direito da Universidade do Amazonas em 1966. No mesmo ano assumiu a chefia do Serviço de Transportes Rodoviários do DER, na qual permaneceu até 1968. No ano seguinte bacharelou-se em direito.

Durante sua vida estudantil exerceu cargos nas diretorias da União dos Estudantes do Amazonas (UEA), na União dos Estudantes Secundaristas do Amazonas (UESA), na União Nacional dos Estudantes (UNE) e na União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES). Devido à sua militância no movimento estudantil, chegou a ser preso por alguns dias durante o regime militar.

Após a formatura passou, então, a trabalhar no escritório do criminalista e ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ari Franco, tendo atuado junto aos tribunais superiores de Brasília em defesa de mandatos de parlamentares amazonenses impugnados pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) local.

Iniciou sua carreira política em abril de 1983, ao ser nomeado prefeito de Manaus pelo governador Gilberto Mestrinho (1983-1987), do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). No seu mandato, deu atenção à urbanização dos bairros periféricos. Permaneceu à frente da prefeitura até abril de 1986, quando deixou o cargo para concorrer ao governo do estado nas eleições de novembro daquele ano.

Elegeu-se governador e, em março de 1987, assumiu o governo do estado defendendo a integração do interior e o desenvolvimento econômico do Amazonas. No mesmo ano, , mesmo não sendo parlamentar, manifestou-se sobre temas em discussão na Assembléia Nacional Constituinte. Declarou-se favorável a um mandato de cinco anos para o presidente e contra um sistema de governo parlamentarista. Em março de 1989, ao receber a visita de senadores norte-americanos para discutir preservação florestal, prometeu ampliar as áreas de reserva ecológica no Amazonas.

Entre algumas das principais realizações de seus governos estão a restauração do Teatro Amazonas, em Manaus; a conclusão das obras da Vila Olímpica, que estavam paralisadas há mais de 20 anos; a construção de bairros populares; a criação do Instituto Superior de Estudos da Amazônia (ISEA) e a reformulação da política de incentivos fiscais para a Zona Franca de Manaus, o asfaltamento da BR-174 (Manaus-Boa Vista) e a Universidade do Estado do Amazonas (UEA), além do primeiro grande programa de distribuição de renda do Brasil, o ‘Direito à Vida’.

Em 1990, se leegeu ao Senado e integrou, como titular, as comissões de Constituição, Justiça e Cidadania e de Educação, e como suplente a Comissão de Assuntos Sociais.                Em  1992 Amazonino voltou a concorrer à prefeitura de Manaus na legenda do PDC. Vitorioso, tomou posse em janeiro do ano seguinte. Em abril de 1994, disputou, mais uma vez, o governo do Amazonas e foi eleito já no primeiro turno, tomando posse em janeiro do ano seguinte.

No segundo governo, criou o pólo graneleiro de Itacoatiara (AM) e a Companhia de Gás do Amazonas (Cigás), para exploração do gás da reserva de Urucu. Além disso, asfaltou a BR-174 e implantou o programa denominado Terceiro Ciclo, destinado a promover o desenvolvimento do interior do estado através da produção de grãos.

Com a aprovação em 1997 da emenda constitucional que permitiu aos ocupantes do Poder Executivo concorrerem à reeleição, em outubro de 1998 Amazonino reelegeu-se e iniciou, então, um novo mandato no governo do Amazonas em 1º de janeiro do ano seguinte.  Também  elegeu-se prefeito de Manaus no ano de 2008.

Vida pública

– Prefeito de Manaus (1983–1986)

Criou o projeto Meu Filho, voltado para as crianças em situação de risco, bem como outros projetos, como o Espiral e Restaurante do Pequeno Trabalhador, dentre outros.[carece de fontes]

– Governador do Amazonas (1987–1990)

Nesse seu primeiro mandato lançou as bases para o crescimento do Festival de Parintins. Em 1988, ele construiu o Centro Cultural de Parintins, mais conhecido como “Bumbódromo”, com capacidade para 35 mil pessoas, sendo utilizada como escola nos outros períodos do ano.

Em Manaus continuou com obras de urbanização de diversos bairros, ajudou a implantar outros como o Mutirão, bairro Armando Mendes e construiu dezenas de casas populares.

É de sua gestão a construção dos conjuntos Renato Souza Pinto e Oswaldo Frota, bem como de vários núcleos residenciais ampliando o conjunto Cidade Nova. É de sua administração também a restauração do Teatro Amazonas e do Reservatório do Mocó, ambos patrimônios culturais do Estado.

No âmbito social, implantou um programa de combate à fome fornecendo ranchos (cestas básicas) a milhares de famílias carentes – que, apesar de populista, foi mantida durante todo o seu governo.

– Em 1990, elegeu-se Senador da República.

– Prefeito de Manaus (1993–1994)

Nos dois anos de mandato, promoveu uma revitalização dos pontos turísticos e das avenidas da cidade, duplicando e embelezando os canteiros de algumas das principais vias, constrói os primeiros dois viadutos, várias áreas de lazer, promove várias ações sociais.

Urbanizou diversos bairros nesse período e encerra o ano de 93 com a inauguração do complexo da Praia da Ponta Negra, um dos cartões postais da cidade, além de implantar o SOS Manaus, o primeiro serviço de resgate de emergência pública.

– Governador do Amazonas (1995–1998)

Lançou as bases para a revitalização da economia no interior do Estado, o Terceiro Ciclo, incentiva a agricultura em larga escala na região Sul do Estado.[carece de fontes]

Em Manaus constrói o Pronto Socorro João Lúcio, com o pronto socorro infantil anexo, os Centros de Atendimento Integral à Criança (Caics), os Centros de Atenção Integral a Melhor Idade (Caimi) proporcionando um amplo atendimento aos pacientes; reforma e amplia o Hospital Adriano Jorge.

Em 1996 criou um bairro e um hospital aos quais deu o nome de sua mãe (Francisca Mendes). O Hospital foi concebido para ser um hospital de alta complexidade, inclusive para realização de transplantes, e foi onde ficou hospitalizado quando sofreu um acidente.

Na área da educação, destaca-se a implantação da Universidade do Estado do Amazonas (UEA). A universidade dá oportunidade não somente aos jovens de Manaus mas também aos do interior do Estado, o acesso ao ensino superior através da construção de vários campus da universidade, até então restrita à Universidade Federal do Amazonas, com apenas três campus avançados no interior do Estado.

– Reeleito Governador do estado do Amazonas de 1999 a 2002.

– Prefeito de Manaus (2009–2012)

– Em 2009 criou o Programa Bolsa Universidade.

– Governador do Amazonas (2017–2019)

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