Amazonas tem dois casos autodeclarados de coronavírus ainda fora da lista oficial do Estado

Subiu para dois o número de casos de pacientes que informaram estar infectados com o coronavírus (Covid-19) no Amazonas e que não estão na lista de confirmados pela Secretaria de Estado da Saúde (Susam) e pela Fundação de Vigilância em Saúde do Estado (FVS), que notificaram oficialmente apenas um caso, em entrevista na tarde desta terça-feira. Os casos, o segundo e o terceiro no Estado, foram noticiados pelo Portal do Marcos Santos.

Em entrevista, nesta terça-feira, a FVS informou que o Amazonas tem um caso confirmado da Covid-19, o da mulher de 39 anos que veio da Inglaterra. O órgão classificou os casos divulgados nesta terça como de pacientes autodeclarados, já que os dois médicos diagnosticados realizaram exames em laboratório da Fiocruz e que a FVS foi notificada apenas nesta terça.

O primeiro caso noticiado foi o próprio paciente quem informou: o vice-reitor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), o médico Jacob Cohen, disse que foi infectado há oito dias, como ‘positivo baixo’ e que ficou recluso e já está quase pronto “para voltar à ativa”. Ele disse que seu caso foi informado à FVS e que estava trabalhando no programa “Oftalmologia humanitária”, no interior amazonense. “Foram operadas 82 pessoas em Parintins e 42 em Urucará”, disse. A FVS negou que foi informada por ele do caso, em tempo hábil.

O segundo caso noticiado foi o do diretor da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no Amazonas, o biólogo Sérgio Luís Bessa Luz, 55 anos. Segundo o Portal do Marcos Santos, o paciente chegou da Espanha no domingo (15/3), foi para um isolamento epidemiológico, fez o exame e confirmou o diagnóstico. Bessa Luiz é assintomático – não apresenta sintomas da doença – e está em casa, em isolamento.

Segundo a fundação, o Laboratório Central de Saúde Pública do Amazonas (Lacen) já colheu amostras dos dois casos e os resultados saem nesta quarta-feira (18). “Os pacientes procuraram, por iniciativa própria, o laboratório da Fiocruz, procederam a análise das suas amostras e, no momento em que a Fiocruz identificou os casos positivos, hoje, de manhã, a Fiocruz entrou em contato conosco, informando da positividade. A partir daí, nós desencadeamos todas as medidas preconizadas de vigilância”, disse a diretora-presidente da FVS, Rosemary Pinto.

A FVS informou que o Governo do Amazonas e a Prefeitura de Manaus estão mantendo a transparência na divulgação dos dados. “Nós não escondemos informação”, disse Rosemary Pinto. Os dois médicos diagnosticados com a doença não tinham colhido amostras no Lacen até esta terça, mas agora já estão sendo monitorados. “Ambos são profissionais da saúde que, por iniciativa própria, resolveram não seguir o fluxo do diagnóstico oficial feito pelo Lacen”, disse a diretora-presidente da FVS.

O laboratório é o único credenciado, pelo Ministério da Saúde, para fazer o diagnóstico da doença no Amazonas. “As pessoas têm a liberdade de buscar outros laboratórios para fazer seus exames. Porém, todos os casos positivos, obrigatoriamente, têm que ser referenciados para a FVS, para que o Lacen possa proceder a reanálise desse material, e confirmar ou descartar o diagnóstico inicial”, alertou.

“Reitero que nós não tínhamos essa notificação. Nós tomamos conhecimento desses casos hoje (terça), pela manhã, após recebermos a notificação do pesquisador da Fiocruz que fez os exames e que, de maneira responsável, e forma imediata, notificou a Vigilância”, afirmou a diretora-presidente da FVS.

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