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Amazonas

Amazonas registra aumento de crimes violentos, acima da média nacional, mostra índice do G1

A taxa de crescimento do Amazonas é maior do que a taxa nacional. Após ano de queda recorde, o número de assassinatos subiu 8% no Brasil nos dois primeiros meses de 2020.

O Amazonas registrou alta de 24% a 35% no número de crimes violentos, nos dois primeiros meses deste ano, com relação ao mesmo período do ano passado. É o que mostra o índice nacional de homicídios criado pelo G1, com base nos dados oficiais dos 26 estados e do Distrito Federal. Essa é a primeira parcial divulgada no ano. Em razão da pandemia do novo coronavírus, houve atraso na entrega dos dados e dificuldade para obter os números em parte dos estados.

A taxa de crescimento do Amazonas é maior do que a taxa nacional. Após ano de queda recorde, o número de assassinatos subiu 8% no Brasil nos dois primeiros meses de 2020, com relação ao mesmo período do ano passado.

Em janeiro deste ano, o Estado registrou 121 crimes violentos, sendo 118 homicídios dolosos e 3 latrocínios., com índice de 2,92 casos mensais por 100 mil habitantes. Em janeiro do ano passado, foram 85 crimes violentos, com taxa mensal de 2,05 por 100 mil habitantes por mês.

Em fevereiro deste ano, no Amazonas, foram 86 crimes violentos, sendo 80 homicídios dolosos, 4 latrocínios e 2 lesões corporais seguidas de morte, com taxa mensal de 2,05 casos por 100 mil habitantes. Em fevereiro do ano foram 74 crimes violentos, com taxa mensal de 1,79 por 100 il habitantes.

A alta nos índices nacional é causada principalmente pelos estados da região Nordeste; Ceará dobrou o número de vítimas. Índice nacional de homicídios criado pelo G1 acompanha os crimes violentos mês a mês. Essa é a primeira parcial divulgada no ano.

A alta no início deste ano vai na contramão de 2019, que teve uma queda de 19% no número de assassinatos em todo o ano – no primeiro bimestre do ano passado, a diminuição foi ainda maior (25%) em relação a 2018. O Brasil teve cerca de 41 mil vítimas de crimes violentos no ano passado, o menor número desde 2007, ano em que o Fórum Brasileiro de Segurança Pública passou a coletar os dados.

Os dados apontam que:

o país teve 7.743 assassinatos nos primeiros dois meses de 2020
houve 548 mortes a mais na comparação com 2019, uma alta de 8%
20 estados do país apresentaram alta de assassinatos no bimestre
sete deles, porém, registraram queda

O levantamento faz parte do Monitor da Violência, uma parceria do G1 com o Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Bruno Paes Manso, do NEV-USP, aponta que, desde que o Monitor da Violência identificou a queda de homicídios em 2018 e 2019, surgiu a dúvida se ela era uma tendência mais duradoura e ligada a transformações estruturais ou se era mais circunstancial, “relacionada aos interesses imediatos e estratégicos dos grupos criminosos”.

“Desde o último trimestre de 2019, os sinais de um crescimento de homicídios já apareciam em alguns estados e acendiam o sinal amarelo. O crescimento em 20 das 27 unidades no primeiro bimestre deste ano, no entanto, foi pior do que qualquer um esperava”, afirma.

Manso afirma que ainda é cedo para apontar os reais motivos por trás dessa alta, mas que é possível levantar perguntas. “Estaria havendo algum tipo de tensão no mercado de drogas que antes não havia? Será que o aumento de armas em circulação pode estar promovendo seus efeitos agora? A autoridade dos novos governadores e do presidente, que assumiram em 2019, estaria perdendo capacidade de dissuasão?”, questiona.

“Precisamos esperar mais tempo para responder. A pandemia tornou o contexto mais imprevisível. Mas os estados devem se preocupar desde já para a situação de violência não sair do controle”, afirma.

Samira Bueno, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, também afirma que os números de janeiro e fevereiro são preocupantes. “A maior parte das Unidades da Federação apresentou crescimento dos homicídios no primeiro bimestre deste ano, indicando o desafio de desenvolver ações sustentáveis de redução da violência. Apesar dos bons resultados nos últimos dois anos, percebemos que a maior parte do país já volta aos patamares de violência verificados em 2018”, diz.

“O crescimento ocorreu em pelo menos 20 UFs das cinco regiões do país, o que demonstra que o problema não é circunscrito a determinados territórios. Perdemos a oportunidade de transformar a breve redução da violência letal em tendência”, afirma Samira Bueno.

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