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Amazonas

Amazonas reduz números, mas ainda aparece como o 3º com maior taxa de mortes violentas intencionais, aponta Anuário

As mortes violentas intencionais incluem vítimas de homicídio doloso, latrocínios, lesão corporal seguida de morte e mortes decorrentes de intervenções policiais, além de policiais assassinados.

Com 1.531 casos em 2022, contra 1.672 em 2021, o que representa uma redução de 9,3%, o Amazonas aparece com uma taxa de 38,8 por 100 mil habitantes de mortes violentas intencionais (MVI), a terceira maior do País, atrás do Amapá e da Bahia, no 17º Anuário Brasileiro de Segurança Pública divulgado nesta quinta-feira (20/07), pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

 

As mortes violentas intencionais incluem vítimas de homicídio doloso, latrocínios, lesão corporal seguida de morte e mortes decorrentes de intervenções policiais, além de policiais assassinados.

O estado mais violento do país em 2022 foi o Amapá, com taxa de MVI de 50,6 por 100 mil habitantes, mais do que o dobro da média nacional. O segundo estado mais letal foi a Bahia, com taxa de 47,1 por 100 mil e, na terceira posição, aparece o Amazonas, com taxa de 38,8 por 100 mil.

No outro extremo, as unidades da federação com as menores taxas de violência letal foram São Paulo, com 8,4 mortes por 100 mil habitantes, Santa Catarina, com 9,1 por 100 mil e o Distrito Federal, com taxa de 11,3. Ao todo, 20 estados registraram taxas de MVI acima da média nacional.

O Brasil registrou 47.508 mortes violentas intencionais em 2022, segundo o anuário. É a menor taxa desde 2011, início da série histórica monitorada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, responsável pelo estudo. Naquele ano, o país registrou 47.215 mortes.

O número de 2022 ainda representa uma queda de 2,4% em relação a 2021, quando 48.431 pessoas morreram. Os dados mostram que o país registra, em média, 23,4 mortes violentas por 100 mil habitantes.

Conforme o FBSP, mesmo pequena, a queda é positiva e precisa ser realçada. Entretanto, os dados também revelam limites metodológicos e problemas que devem ser destacados, sob o risco de a população ser induzida a acreditar na ideia de que o país é mais seguro.

“Ainda somos uma nação violenta e profundamente marcada pelas diferenças raciais, de gênero, geracionais e regionais que caracterizam quem são e onde vivem as vítimas da violência letal”, cita a entidade no estudo.

Regiões

Cerca de quatro em cada dez mortes violentas intencionais são no Nordeste, segundo o levantamento. A região, porém, registrou queda de 4,5% no número de mortes na comparação entre 2021 e 2022, indo de 21.011 para 20.122 mortes.

Nas regiões Sul e Centro-Oeste, a violência letal cresceu 3,4% e 0,8%, respectivamente. Já no Sudeste, houve uma redução de 2% e no Norte, de 2,7%.

Histórico

O Fórum Brasileiro de Segurança Pública produz desde 2011 a série histórica de mortes violentas intencionais, quando passou a monitorar as mortes por intervenções policiais.

A partir de 2015, os dados de homicídio passaram a incluir os feminicídios.

Os valores do gráfico estão em número absoluto de ocorrências pelas limitações temporárias identificadas nas projeções das estimativas populacionais entre 2011 e 2021 a partir da divulgação de Censo 2022.

O recorde foi em 2017, com 64.078 mortes. De acordo com a entidade, a explosão de violência verificada a partir de 2016 tem relação direta com o racha entre o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV).

As organizações criminosas começaram a expandir seus domínios para outras regiões, buscando parcerias com organizações criminosas locais que também atuavam com o narcotráfico. O PCC acelerou esse projeto entre 2012 e 2018, o que motivou a quebra com o Comando Vermelho.

Perfil das vítimas

Os homens são as maiores vítimas, representando 91,4% das mortes violentas intencionais. As mulheres ficam com 8,6%.

Entre os mortos, 76,5% eram negros. Nas intervenções policiais, eles passam a ser 83,1% das vítimas; 76,5% em homicídio doloso; 58,5% em latrocínio; e 72,1% em lesão corporal seguida de morte.

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