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Amazonas ainda não registrou caso da variante Delta, informa Fundação de Vigilância em Saúde do Estado

Cientista Jesem Orellana alerta para o perigo da variante e diz que só esquema vacinal completo é capaz de combater os efeitos da cepa

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A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas Drª Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP) informou que até a última segunda-feira (02/08), não havia registro de casos de variante Delta da Covid-19 no Estado. Segundo a FVS, o Amazonas realiza a Vigilância Genômica a partir de ações de testagens gratuitas, ofertadas a passageiros desembarcados em Manaus, no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, Porto de Manaus e na Rodoviária de Manaus. A variante Delta é considerada a mais transmissível e que tem ameaçado o fim da pandemia mesmo com a vacinação.

As amostras dos passageiros que apresentarem resultado positivo para a presença do novo coronavírus são enviadas para o sequenciamento genético, para monitorar variantes do novo coronavírus, que é realizado pelo Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia). A capacidade do ILMD/Fiocruz Amazônia é de processar 624 amostras por vez para realizar o sequenciamento genético. De janeiro a julho de 2021, foram sequenciados 1,5 mil genomas.
O sequenciamento genético é realizado com base em fontes de recursos da Fiocruz (ligada ao Ministério da Saúde), Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

No Amazonas foi detectado um caso da variante Alfa. Trata-se de um homem que chegou de São Paulo a trabalho e que foi atendido em 24 de abril desse ano em um Serviço de Pronto Atendimento (SPA) em Manaus. A FVS-RCP realizou testagem, rastreamento e monitoramento dos contatos do paciente na cidade. As amostras recolhidas foram encaminhadas ao ILMD/Fiocruz Amazônia. Nenhuma amostra deu positiva e ninguém apresentou sintomas. Não há registro das variantes Delta, Beta e Lambda no Estado, diz a FVS. A variante predominante no estado é a Gama. Cerca de 100% dos casos são dessa variante.

Segundo a Fundação, as amostras dos passageiros que apresentarem resultado positivo para a presença do novo coronavírus são enviadas para o sequenciamento genético, para monitorar variantes do novo coronavírus, que é realizado pelo Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia). A capacidade do ILMD/Fiocruz Amazônia é de processar 624 amostras por vez para realizar o sequenciamento genético. De janeiro a julho de 2021, foram sequenciados 1,5 mil genomas.

Dado irrisório
O epidemiologista da Fiocruz Amazônia Jesem Orellana considera que o número de 39 infectados com Covid-19 identificados no aeroporto e na rodoviária de Manaus é irrisório diante da grande quantidade de pessoas que transitam por esses lugares. “ A FVS dá a entender que a vigilância genômica no Amazonas é uma maravilha. E, na verdade, a gente sabe o que aconteceu ao longo de 2020, principalmente, na virada de 2020 para 2021, que a variante Gama, a famosa P.1, só foi identificada aproximadamente dois meses depois da possível emergência dela pelo governo japonês, fazendo vigilância, barreira sanitária no aeroporto de Tóquio. E justamente isso é um sinal indiscutível do total fracasso da vigilância no Amazonas”, analisou o cientista.

O cientista da Fiocruz Amazônia ressaltou que a variante Delta tem causado grande preocupação na comunidade científica e países desenvolvidos pelo poder de contagio mesmo com o avanço da vacinação. “Essa variante Delta, variante de preocupação, tem causado grandes problemas, identificados em países desenvolvidos, como Reino Unido, e tantos outros da Europa, com amplas coberturas vacinais a essa altura do campeonato. No entanto, coberturas vacinais com esquemas incompletos. Quando você tem esquema incompleto, ou seja só com a primeira dose, seja para Pfizer ou AstraZeneca, uma das mais utilizadas, essa variante Delta está associada consistentemente à redução na efetividade das vacinas quando se tem esquema incompleto. Independentemente de ser com a vacina a, b, c ou d. É por isso que é importantíssimo valorizar a segunda dose, e, principalmente, a antecipação da segunda dose para os grupos de risco, que são pessoas que mais morrem”, disse.

Preocupação
Um relatório interno vazado do CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças), órgão ligado ao Departamento de Saúde dos EUA, chegou a novas constatações sobre a variante que está causando angústia em todo o mundo — e pode postergar o controle da pandemia ao redor do mundo por meio da vacinação.
O documento mostrou que a Delta se espalha muito mais rápido, tem maior probabilidade de infectar vacinados e pode desencadear doenças mais graves nos não vacinados em comparação com todas as outras variantes de coronavírus conhecidas.
Também tende a romper com mais facilidade as proteções oferecidas pelos imunizantes.
Apesar disso, a probabilidade de pessoas vacinadas espalharem o vírus, se infectadas, é muito mais rara em comparação com pessoas não vacinadas, acrescenta a agência no relatório, uma apresentação de slides preparada por funcionários obtida com exclusividade pelo jornal americano Washington Post e reverberada pelo restante da imprensa daquele país nos últimos dias.

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