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Amazonas

AM: falta de material de proteção expõe pacientes e funcionários a superbactérias no Pronto Socorro João Lúcio

s informações são de trabalhadores da área médica da unidade, no grupo de supervisão da unidade, em um aplicativo de mensagens, que o 18horas teve acesso.

Pacientes estão internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital e Pronto Socorro Dr. João Lúcio, em Manaus, com infecção causada por ‘superbactérias’ e não há os chamados Equipamento de Proteção Individual (EPIs) para uso do pessoal especializado. As informações são de trabalhadores da área médica da unidade, no grupo de supervisão da unidade, em um aplicativo de mensagens, que o 18horas teve acesso.

O Pronto Socorro, o maior de Manaus, é administrado pelo governo do Estado, via Secretaria de Estado da Saúde (Susam). O João Lúcio recebe mais de mil pacientes por dia e é a unidade de referência em tratamento de traumas no Estado.

Uma das mensagens no grupo da supervisão do Pronto-Socorro diz: “continuamos sem EPIs, desde o final de semana não recebemos nada desses insumos. Precisamos de uma Posição temos muitos pacientes precisando de leitos de UTI. Ontem a UTI 2 ainda conseguiu admitir paciente porque os familiares e a Enf. Lana trouxeram EPIs, ainda temos paciente com suspeita de tuberculose e não tem máscara N95. Gostaríamos de uma posição não dá para ficarmos nessa situação. Total de 5 leitos temporariamente bloqueados por falta desses insumos.Também não temos eletrodos para monitorização cardíaca”.

Desde quinta-feira havia informação dando conta de que, em virtude dos bloqueios das UTIs, os demais setores deste hospital estavam ficando superlotados e que é corriqueira a falta de medicamentos básicos para funcionamento da unidade, além de que o inadequado fornecimento de antibióticos contribui para o surgimento frequente de germes multirresistentes.

Os servidores enviaram ao site as informações de que, sem os equipamentos de proteção individuais, todos no Pronto Socorro serão contaminados, inclusive os profissionais. Segundo o documento com a denúncia, há 8 leitos vagos em duas UTIs e pacientes aguardando. Segundo eles, o governo não providenciou os insumos. Os pacientes estão acometidos com Acinetobacter baumannii, Pseudomonas e Klebsiella pneumoniae.

A Susam informou que já comprou e empenhou os itens de EPIs, que oprazo de entrega era para o dia 7 de dezembro e que “como a empresa não realizou a entrega, foi notificada”. Informou, ainda, que os fornecedores estão sendo convocados para uma reunião para ajuste das entregas.

A Acinetobacter baumannii está no topo de uma lista da Organização Mundial de Saúde (OMS) com os 12 micróbios resistentes a antibióticos mais perigosos para a saúde humana. Entre os três mais perigosos ainda estão Pseudomonas aeruginosa e Enterobacteriaceae. As bactérias da espécie Klebsiella pneumoniae estão entre os micro-organismos que mais causam infecções hospitalares e também entre os que mais têm desenvolvido resistência a antibióticos.

De acordo com os depoimentos dos trabalhadores, em novembro e dezembro houve uma média de cinco pacientes em precaução na UTI 1 e uma drástica redução dos equipamentos de proteção. Desde a quinta-feira da semana passada, não havia reposição do material, o único capaz de evitar a contaminação. Os quatro tipos de superbactérias foram confirmadas com exame nas UTIs do Joao Lúcio.

Estas infecções surgem de microrganismos que provocam 45 mil óbitos por ano das 12 milhões de internações registradas no país. Infecção hospitalar é aquela adquirida dentro do serviço de saúde, principalmente em enfermarias e UTIs e pode ser transmitida de um paciente para outro, assim como para os acompanhantes, se não adotadas as devidas medidas de proteção. Pessoas internadas em UTI têm ainda maior probabilidade de contrair infecções, pois o uso de equipamentos invasivos, como cateter e respirador (para ventilação mecânica), facilitam a entrada de bactérias e vírus.

O equipamento de proteção individual deve ser usado quando se prevê uma exposição a material biológico e a produtos químicos tóxicos, com o bjetivo a proteção do funcionário, podendo também ser utilizado na proteção do paciente ou de materiais que se esteja manipulando e se deseje garantir a não contaminação. Algumas infecções hospitalares são evitáveis. São aquelas que se podem prevenir, ou seja, interferir na cadeia de transmissão dos microrganismos. A interrupção dessa cadeia pode ser realizada por meio de medidas como a utilização dos equipamentos de proteção individual.

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