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Amazonas

AM: deputado cobra explicação de secretário sobre suspeitas de corrupção no transporte escolar

Parlamentar diz que a transportadora segue recebendo pagamentos do Governo, mesmo com indícios de irregularidade no contrato com o Executivo, chegando ao saldo de mais de R$ 50 milhões.

O deputado estadual Wilker Barreto (Podemos) voltou a cobrar nesta segunda-feira (4), durante Sessão Compensatória na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), que o secretário de Educação do Estado (Seduc), Vicente Nogueira, compareça à Casa Legislativa para dar explicações sobre o caso Dantas Transportes. A empresa realiza o transporte escolar na capital e no interior do Estado e supostamente está envolvida em esquemas de corrupção.

Em seu discurso, o parlamentar reforçou que o titular da pasta possa prestar esclarecimentos sobre as denúncias de pagamento de propina a políticos e lobistas, contratação de funcionários fantasmas e pagamentos de serviços não realizados, revelações feitas pelo dono da empresa, Francisco Luiz Dantas da Silva, ao Ministério Público de Contas (MPC-AM) em agosto deste ano.

“O secretário da Educação precisa vir à Assembleia para dar explicações sobre o caso Dantas. O Luiz Castro (ex-secretário) já saiu, mas o atual secretário, mesmo que não tenha culpa no cartório, está convocado porque o cargo é impessoal para trazer as informações e prestar contas com a sociedade amazonense. Já deu tempo suficiente para se ater das informações”, explicou Barreto.

Ainda segundo o oposicionista, a transportadora segue recebendo pagamentos do Governo, mesmo com indícios de irregularidade no contrato com o Executivo, chegando ao saldo de mais de R$ 50 milhões. No transporte escolar, Wilker detectou um aumento de R$ 18 milhões em relação a 2018. A empresa Dantas Transportes que no ano passado cobrava do Executivo R$ 28 milhões passou a trabalhar com o valor de R$ 46 milhões.

“Até hoje a Seduc e a Dantas não apresentaram os 1.487 monitores que deveriam ser contratados. O CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) da Delegacia Regional do Trabalho aponta que a Dantas tem apenas 680 funcionários e nenhum monitor registrado. Essa empresa já recebeu mais de R$ 60 milhões, sendo R$ 7 milhões pagos em caráter indenizatório na semana passada, mesmo sem apresentar documentos que comprovem a capacidade técnica da empresa. Isso é muito grave”, alertou o parlamentar.

Demora nos requerimentos

O Líder da Minoria aproveitou, também, para criticar a demora da Casa em atender os requerimentos aprovados dos parlamentares, como por exemplo o de própria autoria, que convida representantes da Hapvida a prestar esclarecimentos sobre ao atendimento limitado quanto à prestação de serviço de saúde aos servidores da Seduc que atuam no interior do Amazonas.

“Faço um apelo para que a Assembleia dê celeridade aos requerimentos para não prejudicar os trabalhos dos parlamentares. As secretarias precisam dar uma atenção maior a eles. Tenho requerimentos aprovados da Hapvida, pois 55% dos professores são do interior, um contrato de R$ 60 milhões onde o professor do interior não tem cobertura. Um professor para sair com acompanhante gasta R$ 600 só pra baixar e vai gastar mais R$ 600 pra subir de barco a jato”, ressaltou o deputado.

Susam convocada

Opositores ao governo de Wilson Lima, os deputados Wilker Barreto e Dermilson Chagas (PP) encaminharam ainda nesta segunda-feira, à Mesa Diretora da Assembleia, um requerimento solicitando a convocação do secretário de Saúde do Estado (Susam), Rodrigo Tobias, para prestar esclarecimentos sobre a suposta contratação de empresas laranjas no alto escalão do órgão.

Segundo o documento, as denúncias apontam que o gerente de maternidades da Susam, Lindinaldo Gomes dos Santos, favorece seus afilhados na indicação da prestação de serviços nas unidades de saúde do Estado. Para Wilker, a ida do secretário da saúde à Assembleia é fundamental para explicar mais detalhes sobre o suposto esquema de corrupção.

“Recebemos mais uma denúncia de corrupção no governo do Estado e que brinca com o dinheiro do contribuinte. Precisamos apurar com calma e saber mais detalhes sobre esse esquema de empresas laranjas e a vinda do secretário da Saúde será importante para sabermos de fato se existe alguma irregularidade”, comentou Wilker.

Já Dermilson lamentou mais um episódio de um suposto esquema de corrupção e afirma que os órgãos de controle precisam apertar mais a fiscalização nos contratos do Governo.

“Primeiro nós presenciamos o caso da Dantas que até hoje, mesmo com as denúncias de corrupção, investigação e tudo mais, continua recebendo da Seduc. E agora a Susam também segue o mesmo caminho. Isso é um absurdo, a polícia federal e os órgãos de fiscalização precisam iniciar as investigações porque o dinheiro do povo do Amazonas está indo pelo ralo, diante de tanta corrupção”, disse Dermilson.

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