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Amazonas

AM: consultoria sem licitação para plano do governo de retorno às aulas presenciais custará R$ 394,7 mil

O plano prevê que, no retorno às aulas presenciais, ainda sem data definida, as turmas sejam divididas em blocos (A e B) e, enquanto um grupo estiver na escola, o outro estará em casa, acompanhando os conteúdos do ensino remoto.

O governo do Amazonas vai pagar R$ 394,7 mil para Innovate Consultoria em Gestão Empresarial Eireli pelo plano de volta às aulas presenciais dos alunos da rede pública do Estado após a pandemia de Covid-19, que não ouviu a comunidade escolar, como professores, alunos e pais de alunos. As informações são do Portal da Transparência do governo do Estado.

O plano, apresentado na última quinta-feira, prevê que, no retorno às aulas presenciais, ainda sem data definida, as turmas sejam divididas em blocos (A e B) e, enquanto um grupo estiver na escola, o outro estará em casa, acompanhando os conteúdos do ensino remoto. A metodologia consiste na adoção do modelo híbrido e escalonado mantendo sempre um grupo de alunos em casa.

Segundo informações do governo, além da presidente do Sinteam, Ana Cristina Rodrigues, a reunião contou com a participação dos deputados estaduais Therezinha Ruiz (PSDB) e Sinésio Campos (PT), presidente e vice-presidente da Comissão de Educação da ALE.

Ana Cristina Rodrigues afirmou que vai aguardar a proposta final da secretaria para apresentar à categoria todos os pontos. “Nós com certeza vamos apresentar todos os pontos para podermos fazer essa avaliação ao lado da categoria”, explicou.

Empresa

A Innovate foi aberta em 18 de março deste ano, dois dias após o governador Wilson Lima (PSC), anunciar a suspensão das aulas da rede estadual, em16 de março, e foi contratada por três meses, com dispensa de licitação, como empresa especializada na prestação de serviços de consultoria.

O registro da empresa na Receita Federal tem data de abertura em 18 de março deste ano e seu endereço coincide com o de uma empresa de coworking, que oferece espaços compartilhados de trabalho, em Manaus, e que não tem ligação societária com a Innovate.

Os recursos para a contratação são do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) . O despacho de homologação da seleção direta da Innovate foi assinado pelo secretário de Educação, Luiz Fabian Barbosa, e pela coordenadora executiva da Unidade Gestora do Programa de Aceleração do Desenvolvimento da Educação do Amazonas (UGPadeam), Maria Josepha Penella Pegas Chaves.

O despacho diz que a empresa fará “consultoria especializada para a prestação de serviços de apoio na elaboração do planejamento estratégico, com ênfase no desenvolvimento de estratégias para o retorno às aulas presenciais dentro dos novos desafios propostos pela pandemia de Covid-19”.

Nada menos que 70 dias após ser criada, a Innovate conseguiu um contrato de “notória especialização” na Seduc. A Innovate não tem sede própria. Seu endereço nos documentos da Receita Federal coincide com o de uma empresa de coworking, na Rua do Sol, número 300, no conjunto Morada do Sol, no bairro do Aleixo, o Vila Hub, que oferece espaços de trabalho a profissionais de todas as áreas que podem compartilhar o espaço e a infraestrutura de trabalho de forma colaborativa.

A Innovate, com capital social de R$ 104.500,00, é do empresário Gustavo Felipe Andrade Barreto e registrou um telefone de Minas Gerais (31-97149-54XX).

A defesa de Gustavo Felipe Andrade Barreto afirma que ele é inocente das acusações que lhe foram imputadas e que ele está se defendendo judicialmente delas. Diz  que ele não tem nenhuma relação com o suposto esquema de corrupção na saúde e nem com a contratação da consultoria pelo governo do Amazonas e que apenas prestou serviços técnicos especializados na área de gestão educacional, conforme previsto no contrato.

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