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Brasil

Estudo científico mostra que mineração na Amazônia é um risco à biodiversidade da floresta

Cientistas sugerem a inclusão das comunidades locais nas discussões sobre o tema e a adoção de mais transparência nos processos.

A mineração na Amazônia ameaça a biodiversidade da floresta, segundo aponta estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) divulgado na última semana.

O levantamento aponta que em áreas onde há presença de mineração houve uma redução significativa na diversidade biológica em comparação com as áreas onde não há mineração.

Essa redução é constatada na diminuição da riqueza de espécies, redução na diversidade de espécies de plantas e animais, diminuição das populações dessas espécies, limitação da variabilidade genética entre indivíduos de uma mesma espécie, além de uma redução no número de espécies exclusivas daquelas localidades.

O estudo “Multiple facets of biodiversity are threatened by mining-induced land-use change in the Brazilian Amazon” (Múltiplas facetas da biodiversidade estão ameaçadas por mudanças no uso da terra induzidas pela mineração na Amazônia brasileira, em tradução literal) foi publicado na revista Diversity and Distribution e analisou dados tanto da fauna quanto da flora amazônica, em especial de artrópodes (insetos, aracnídeos e afins) e angiospermas (plantas frutíferas), mas também de vertebrados em áreas onde há e onde não há mineração do bioma.

Foram consideradas métricas como diversidade e riqueza de espécies, endemismo — quando uma determinada espécie existe exclusivamente em determinada região geográfica — diversidade e endemismo filogenético — ocorrência evolutiva de espécies nativas de uma região específica.

Os autores enfatizam a importância de considerar a biodiversidade de maneira ampla, e não apenas os vertebrados, na avaliação dos riscos da mineração. Isso porque os dados de biodiversidade na Amazônia ainda são limitados e, considerando esses grupos, os estudos de impacto feitos pelas próprias empresas de mineração poderiam levar a um melhor conhecimento das espécies que habitam a região.

Os especialistas ressaltam também a importância de envolver as comunidades locais nas decisões relacionadas à mineração e à conservação da biodiversidade e recomendam que políticas públicas para o setor promovam mais transparência em avaliações de impacto e licenciamentos, tendo em vista a diversidade de seres vivos afetados pela atividade.


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