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Congresso instala CPI do 8 de janeiro; senador Omar Aziz, do Amazonas, fará parte da comissão

A presidência ficou com o deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), do grupo político do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Já a relatoria ficou com a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), aliada do ministro da Justiça, Flávio Dino.

O Congresso instalou nesta quinta-feira (25) a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) do 8 de Janeiro, que vai investigar a tentativa de golpe e os atos de vandalismo ocorridos no começo do ano em Brasília. A primeira sessão do colegiado foi usada para eleger os cargos da mesa diretora.


O senador Omar Aziz (PSD/AM) fará parte da comissão. No MDB no Senado, o líder da sigla, Eduardo Braga (AM), era cotado para uma vaga titular. No entanto, ficou fora do colegiado, indicando os senadores Veneziano Vital do Rego (PB) e Marcelo Castro (PI).

A presidência ficou com o deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), do grupo político do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Já a relatoria ficou com a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), aliada do ministro da Justiça, Flávio Dino.

A primeira sessão da CPI começou com bate-boca entre governistas e oposicionistas. O senador Marcos do Val (Podemos-ES) apresentou questão de ordem contra o nome de Eliziane para relatar os trabalhos do grupo. Ele argumentou que a senadora tem proximidade com Dino, que, segundo do Val, deveria ser investigado.

O presidente temporário do grupo até a eleição da mesa diretora, senador Otto Alencar (PSD-BA), acusou Do Val de tumultuar os trabalhos e disparou que, apesar do histórico de policial do parlamentar, a comissão não será tratada como “delegacia”. Alencar, que integra a base do governo, arrancou aplausos dos demais parlamentares ao enfrentar do Val.

A instalação da CPI se arrastou durante meses. O requerimento do criação do grupo foi apresentado ainda em fevereiro, mas a leitura do documento pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), em 26 de abril. Somente um mês depois foi dado o início oficial dos trabalhos.

Nos últimos meses houve tentativas mútuas de governistas e oposicionistas de postergar as investigações diante de fatos que desgastaram tanto o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como a imagem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que é investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de atuar como mentor dos ataques às sedes dos três poderes.

O Planalto queria postergar o início da CPI por acreditar que o colegiado poderia atrapalhar a aprovação do arcabouço fiscal na Câmara e no Senado. O governo Lula foi contra a instalação da comissão sob argumento de que investigações parlamentares não são controláveis e poderiam desgastar o Executivo. O grupo do presidente, porém, teve que recuar após a queda do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GS), general Gonçalves Dias, que foi flagrado no Planalto no dia 8 de janeiro.

Agora, o governo aproveita a maioria na CPI para impedir que a oposição bolsonarista encampe a tese, sem provas, de que o Planalto teria se sido conivente as manifestações golpistas com o suposto objetivo de se favorecer.

Os parlamentares que integram a base do presidente Lula no Congresso já discutem os nomes que pretendem convocar para depor na comissão. Deputados e senadores governistas também planejam solicitar a quebra de sigilo bancário e telemático de Bolsonaro para identificar se ele atuou diretamente na organização dos atos golpistas.


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