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Amazonas

Carta de mulheres pesquisadoras pede saída da diretora do INPA

Pesquisadoras do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) pedem a saída da atual diretora do instituto, Antonia Franco.

Falta de recursos, de pessoal, repressão aos protestos contra cortes de orçamento da instituição e deslegitimação dos pesquisadores são alguns dos pontos que constam na carta elaborada por 33 pesquisadoras do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), em Manaus, que pede a saída da atual diretora do instituto, Antonia Franco.

O documento contra a permanência da gestora foi encaminhado no dia 24 de março à ministra da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTIC), Luciana Santos.

O mandato de Antonia Franco venceu no dia 4 de dezembro de 2022. Ela foi nomeada para direção do instituto no final de 2018. Pesquisadoras que assinaram a carta cobram do governo Lula um novo nome para gestão do Inpa.

No documento, a comunidade científica alega falta de transparência, omissão e autoritarismo. “Ao longo de mais de quatro anos, sua gestão foi distante da comunidade, sem transparência e autoritária. Nesse período, não houve diálogo com as servidoras e servidores, e decisões importantes para o Instituto foram tomadas por pequenos grupos ligados a essa diretoria”, diz trecho documento.

As pesquisadoras citam a falta de recursos e de pessoal durante a crise enfrentada pela instituição nos últimos anos. Na carta, servidores e estudantes da pós-graduação do Inpa relatam que foram reprimidos, em setembro de 2019, pela direção do Inpa por protestarem contra os cortes de orçamento feitos pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo ele, na época, Antônia Franco chamou a Polícia Militar para conter o ato.

A deslegitimação dos pesquisadores também é mencionada na carta. De acordo com o documento, a atual direção negou estudos apresentados pela comunidade que “por meio de modelagem, previram com meses de antecedência a segunda e trágica onda da Covid-19 em Manaus”.

As pesquisadoras também se posicionaram contra o novo regimento e organograma ‘imposto’, no final de 2022, ao curso de pós-graduação do Instituto. “Mesmo depois de manifestações de insatisfação e discordância por muitas de nós, e de falsas promessas de revisão, o referido regimento foi publicado na forma original, extinguindo uma das maiores coordenações de pesquisa do Inpa e enfraquecendo ainda mais os Programas de Pós-graduação”, diz trecho do documento.

Antes dessa carta, no dia 3 de março, pesquisadores do Inpa enviaram um primeiro documento com reivindicações da categoria, listadas em Assembleia convocada pelo Sindicato dos Servidores Públicos do Amazonas no dia 2 do mesmo mês.

Entre os pedidos estão a revogação imediata do regimento, implementação e inclusão de um representante do instituto no Comitê de Busca e nomeação de uma gestão de transição, até a posse da nova direção.

Ainda no governo Bolsonaro, cartas informando a insatisfação com as mudanças feitas pela gestão de Antonia Franco foram encaminhadas ao MCTIC em setembro e em outubro de 2022.


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