Economia
Setor elétrico muda tecnologia de segurança de sistemas de transmissão
Derrubada de torres acelera planos de instalação de câmeras e drones.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse hoje (17) que os atos de vandalismo que resultaram na derrubada e em danos em torres de transmissão de energia terão, como consequência, a modernização da segurança do sistema de transmissão de energia elétrica do país. Os vândalos responsáveis pelos ataques terão “resposta e punição vigorosas” do poder público, afirmou o ministro.
Silveira fez a afirmação após reunião com integrantes da força-tarefa criada para prevenir e punir ataques ao sistema. De acordo com o ministro, não houve, até o momento, qualquer dano ao sistema elétrico por conta dos ataque. “A situação está sob controle, e as ações estão sendo tomadas, e tudo que puder ser feito pelo poder publico será feito com vigor”.
Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), até o momento, há registros de quatro torres derrubadas (3 em Rondônia e 1 no Paraná) e 12 danificadas (4 no Paraná, 2 em São Paulo e 6 em Rondônia).
“As empresas estão atuando nas avarias detectadas, e os eventos estão sendo monitorados e fiscalizados pela Agência. Importante esclarecer que não houve interrupção do fornecimento de transmissão de energia em virtude dessas ocorrências”, informou a Aneel.
Na reunião de hoje da força-tarefa – com representantes do setor elétrico, das polícias Federal e Rodoviária Federal, além de integrantes da Aneel e do Operador Nacional do Sistema Elétrico – foram definidas algumas ações preventivas para evitar novas ações de vândalos.
Estão previstas ações como inspeções especiais nas linhas, em especial nas travessias de rodovias e ferrovias; instalação de câmeras de monitoramento; e reforço do patrulhamento. “Discutimos algumas questões fundamentais para modernização da segurança do sistema de transmissão nacional”, disse o ministro.
Silveira lembrou que quem paga todo o sistema de transmissão e o setor elétrico é o consumidor e que, por isso, trata-se de “patrimônio de todos”. Segundo o ministro, há uma “boa vontade muito grande de todos os players, para adotar instrumentos dos mais modernos”, como câmeras e drones, a serem usados não apenas pelas empresas, mas pelas atividades de inteligência e vigilância.
Nesse sentido, a ideia do grupo é aperfeiçoar cada vez mais o sistema elétrico e a segurança das linhas de transmissão, em especial aquelas que têm interlocução maior com o Sistema Interligado Nacional. Os ocorridos, portanto, representam “uma oportunidade para avançar na segurança desses patrimônios”, inclusive por parte das empresas que fazem a gestão do setor elétrico, acrescentou o ministro.
Investigação
Ele lembrou que “vários inquéritos” já estão em andamento no âmbito da Polícia Federal e que o assunto será detalhado “no momento oportuno”. Segundo Silveira, a atuação dos órgãos de segurança, tanto federais quanto estaduais, tem sido “rigorosa e profícua”.
“A mensagem que quero passar à população é de que todas as medidas necessárias ao monitoramento do sistema estão envolvidas para virarmos as páginas desses ataques que não se justificam e são contra o patrimônio de todos os brasileiros”, disse ele, ao pedir que a sociedade contribua com as investigações por meio de denúncias caso identifiquem atitudes suspeitas.
De acordo com o ministro, não há, até o momento, como afirmar que os atentados têm motivação política. Silveira, no entanto, avalia que, pelo fato de vários fatores convergirem nessa direção – entre eles o vandalismo praticado por golpistas no dia 8 de janeiro – “todos os instrumentos, tanto do Estado como da iniciativa privada, serão adotados para dar segurança às torres de transmissão”.
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