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Greve de pilotos e comissários leva a 21 voos cancelados nesta segunda

Aeronautas pedem reajuste dos salários e melhoria nas condições de trabalho; além dos cancelamentos, dezenas de voos estão atrasados.

Greve de comissários e pilotos no aeroporto de Congonhas. (Foto: Renato Cerqueira_Estadão)

Pilotos e comissários realizaram uma greve nesta segunda-feira (19), das 6h às 8h (horário de Brasília. A paralisação aconteceu nos aeroportos de São Paulo, Rio de Janeiro, Campinas, Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre e Fortaleza.

Até o momento, 21 voos foram cancelados e dezenas atrasados devido à greve, segundo as últimas atualizações das concessionárias dos aeroportos.

A Infraero comunicou que somente no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, foram registrados 8 atrasos e 11 cancelamentos, entre partidas e chegadas.

Já no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, a Infraero disse que foram registrados 34 atrasos e oito cancelamentos, também computando partidas e chegadas.

Segundo o Aeroporto de Brasília, dois voos foram cancelados, além de 11 atrasos em voos que decolariam da capital e outros 14 que estavam previstos para pousarem na cidade. Os voos que foram cancelados partiriam de Salvador e Fortaleza com destino a Brasília.

Mais cedo, o GRU Airport informou que dez voos foram afetados com a paralisação e estavam atrasados. A concessionária do Aeroporto de Guarulhos disse que no momento a situação é estável.

Os trabalhadores recusaram uma proposta de retorno ao trabalho feita junto ao Tribunal Superior do Trabalho e aderiram à convocação do Sindicato Nacional dos Aeronautas. De acordo com decisão do Superior Tribunal do Trabalho, TST, 90% dos aeronautas devem continuar trabalhando.

O Sindicato dos Aeronautas reivindicam a recomposição das perdas inflacionárias salariais, além de ganho real, “tendo em vista os altos preços das passagens aéreas que têm gerado crescentes lucros para as empresas”.

A categoria também requereu melhorias nas condições de trabalho para renovação da Convenção Coletiva de Trabalho, como a definição dos horários de início de folgas e proibição de alterações nas mesmas, além do cumprimento dos limites já existentes do tempo em solo entre etapas de voos.

“Em respeito à sociedade e aos usuários do sistema de transporte aéreo, os aeronautas farão a paralisação somente por duas horas, sendo assim todas as decolagens iniciarão após às 8h. No entanto, todos os voos com órgãos para transplante, enfermos a bordo, e vacinas, não serão paralisados”, declarou o sindicato.

Até o momento, a GRU Airport informou que dez voos estão atrasados no Aeroporto de Guarulhos. A concessionária orienta os passageiros a procurar as companhias aéreas para saber o status dos voos.

Em nota, a Latam disse que está em negociação com o Sindicato Nacional dos Aeronautas desde o início de setembro para a construção do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) e aguarda convocação de assembleia pelo Sindicato para votação pelos tripulantes da companhia.

Já a GOL afirmou à CNN que não vai comentar sobre a greve e, por se tratar de um assunto setorial, se posiciona por meio do SNEA (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias), que deverá ser consultado. A Azul também disse que não vai se manifestar.

Ao falar sobre os reajustes pedidos pelos aeronautas, o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA) disse que o preço das passagens foi fortemente afetado nos últimos anos por conta de pandemia, conflitos na Europa, desvalorização do real frente ao dólar e aumento do preço do petróleo como justificativa por não ter havido os aumentos solicitados.

Segundo o SNEA, o querosene de aviação (QAV) aumentou 118% na comparação com o ano de 2019 e atualmente representa mais de 50% dos custos, que têm uma parcela de cerca de 60% dolarizada.

“Desde a primeira reunião de negociação, o SNEA assegurou todos os direitos da Convenção Coletiva e ao longo do processo negocial, se mostrou aberto ao diálogo sempre com respeito aos profissionais que fazem parte do setor aéreo”.

O sindicato disse que, desde que a proposta cobferida foi reprovada, não recebeu nenhuma proposta do SNA.

“O SNEA acredita que as categorias profissionais podem defender seus interesses por todos os meios legítimos, desde que esgotada a via negocial e observada a legalidade”, pontuou.


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