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Economia

13º salário deve injetar R$ 250 bi na economia, diz previsão do Dieese

Estimativa do Dieese é de que 85,5 milhões de brasileiros serão beneficiados com o salário adicional, em média, de R$ 2.672.

Os trabalhadores de carteira assinada recebem a primeira parcela do 13º salário até esta quarta-feira (30), conforme a legislação.

Até dezembro de 2022, o benefício deve injetar R$ 249,8 bilhões na economia brasileira, montante que representa quase 2,6% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

A estimativa é do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que também prevê aproximadamente 85,5 milhões de brasileiros beneficiados com rendimento adicional de R$ 2.672, em média.

De acordo com especialistas ouvidos pelo CNN Brasil Business, o dinheiro extra pode ser usado para quitar dívidas, comprar presentes de natal ou investir. Ricardo Teixeira, coordenador do MBA em Gestão Financeira da FGV, e Mauricio Takahashi, professor de finanças do Mackenzie, listam um passo a passo do que fazer assim que o dinheiro cair na conta — e evitar dores de cabeça no próximo ano. Confira:

Quite suas dívidas e reavalie suas parcelas

Nem todo beneficiário possui dívidas, mas aqueles que têm, precisam priorizar o pagamento e negociação dessas dívidas e que elas virem uma bola de neve. Portanto, utilizar o 13º para quitar contas atrasadas e negociar dívidas pendentes é sempre a decisão mais racional, segundo os especialistas.

Para quem está inadimplente, Teixeira recomenda que se vá até o credor e negocie a situação. O objetivo, para ele, é sempre pagar a menor taxa de juros possível.

Sobre a antecipação de parcelas, o professor explica que precisa, em contrapartida, ter redução dos juros cobrados para a decisão ser vantajosa. Se não há impacto financeiro da parcela ao longo dos meses, e ao mesmo tempo não houver a redução do valor com esse adiantamento, pode ser mais interessante para o trabalhador mantê-las do jeito que estavam.

Faça seu planejamento financeiro (para o próximo ano)

Dívidas quitadas e parcelas reavaliadas, o trabalhador precisa sentar e fazer o planejamento para o próximo ano.

Os especialistas afirmam que, inicialmente, é preciso fazer um diagnóstico do momento financeiro. Ricardo afirma que é preciso priorizar, neste momento, uma reserva financeira — caso o beneficiário não possua, é recomendável começar a levantar esses fundos com a chegada do 13º.

Além disso, não é segredo que em novembro e dezembro o consumidor é bombardeado com ofertas tentadoras de fim de ano. Sem um planejamento financeiro pré-estabelecido, fica mais difícil resistir às ofertas e usar com sabedoria o benefício.

Takahashi destaca que, em janeiro e fevereiro, o trabalhador tem os compromissos de começo de ano como IPTU, IPVA, mensalidade e material escolar, entre outros. Portanto, deve-se levar esses valores em consideração antes de pensar de gastar ou investir esse dinheiro, por exemplo. “É sempre preciso planejar pensando no próximo ano”, complementa Teixeira.

Especialmente porque existem eventos que se repetem anualmente. Aniversários, datas comemorativas, festividades, Black Friday; e ainda os imprevistos. “A maioria dos momentos em que você precisará desembolsar um dinheiro a mais está prevista em seu calendário do próximo ano. Basta olhar para eles com antecedência e realismo”, orienta.

No mais, não há molde fixo a ser seguido. Vale caderno, planilha de Excel, aplicativo no celular ou computador — o importante mesmo é que se fixe suas prioridades.

Maurício ressalta que esse planejamento financeiro não é apenas sobre números, mas sobre viver uma vida melhor. “É preciso avaliar onde estou, o que preciso fazer e o que quero atingir”, acrescenta.

Investimentos

Depois de todos esses passos, ainda sobrou dinheiro? Maurício afirma que, nessa hora, o beneficiário pode começar a pensar investimentos.

Ele afirma que existem três “caixinhas”: a reserva de emergência, que corresponde a 6 a 12 meses de salário; uma reserva maior, de até 36 meses; e de mais de 36 meses. Para cada caso, existem investimentos que fazem mais sentido na visão do especialista.

Para essa reserva de curto prazo, o professor afirma que a Renda Fixa pode ser uma opção interessante, especialmente Títulos Públicos Federais e pequenos a médios títulos de bancos.

Em períodos mais longos, Takahashi cita os fundos multimercado e de renda variável — com cautela, pelo momento de volatilidade que a bolsa de valores brasileira vive atualmente. Cripto, por ora, fica fora de cogitação, recomenda.

Com mais de 36 meses de reserva, algumas opções são os fundos cambiais e offshore. Ele cita o investimento em Renda Fixa nos EUA, que tem sido uma alternativa para investidores mais especializados, mas ressalta que esses precisam estar indexados à inflação, devido ao momento fiscal do país.


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