Economia
Inadimplência atinge 79% das famílias brasileiras com atraso nas contas de consumo e no varejo
Para as famílias com rendimentos de até dez salários mínimos, a alta da contratação de dívidas foi mais expressiva.
O número de famílias endividadas chegou a 79% do total de lares no país, em agosto, segundo informações da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O aumento no número de devedores foi de 1 ponto percentual em agosto em relação a julho. Em um ano, o avanço foi de 6,1 pontos.
A pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da CNC, considera dívidas a vencer no cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, prestação de carro e de casa.
Segundo o levantamento, para as famílias com rendimentos de até dez salários mínimos, a alta da contratação de dívidas foi mais expressiva do que entre as famílias de maior renda – de 1,1 ponto percentual e 0,9 ponto, respectivamente.
Atraso nas contas de consumo
O número de pessoas que atrasaram o pagamento de contas de consumo ou de dívidas também cresceu, alcançando 29,6% do total de famílias no país.
A segunda alta consecutiva levou o indicador ao maior percentual da série histórica iniciada em 2010.
Segundo a pesquisa, a proporção de famílias com atraso em contas ou dívidas avançou 0,6 ponto percentual no mês e 4 pontos em um ano. Do total de inadimplentes, 10,8% afirmaram que não terão condições de pagar contas já atrasadas – permanecendo na inadimplência.
Dívidas em lojas
A pesquisa destaca que as dívidas em carnês e cartões de lojas do varejo crescem desde maio e já atingem 19,4% das famílias. Um aumento de meio ponto percentual em relação a julho e de 1,2 ponto percentuais na comparação com agosto de 2021.
Segundo a CNC, a procura pelo crédito direto no varejo pelas famílias de menor renda explica a alta do indicador, já que os juros mais altos do cartão de crédito não cabem no orçamento desta faixa de renda.
Nos últimos quatro meses, o endividamento nos carnês subiu 1,8 ponto percentual dentro desse público, alcançando 19,8%. O endividamento entre os homens supera o das mulheres: 19,5%, contra 18,8%, respectivamente.
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