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Celulares são os alvos preferidos de golpistas nas compras on-line. Veja como se proteger

Segundo o levantamento, para atrair as vítimas, os fraudadores costumam anunciar os produtos cerca de 14% mais baratos do que os anúncios idôneos.

Os celulares lideram a lista de produtos com mais fraudes no comércio eletrônico e têm despertado cada vez mais a atenção dos golpistas. Os dados são de uma pesquisa da OLX, plataforma de compra e venda on-line, e do AllowMe, de proteção de identidades digitais, feita no período de janeiro a maio de 2022. Segundo o levantamento, para atrair as vítimas, os fraudadores costumam anunciar os produtos cerca de 14% mais baratos do que os anúncios idôneos.

Somente no Estado do Rio, o prejuízo estimado nos cincos primeiros meses do ano foi da ordem de R$ 7,3 milhões. Em todo o país, o total de fraudes chegou a R$ 62,9 milhões. O chamado golpe da compra confirmada é o mais comum no Rio, seguido pelo do anúncio falso.

A fraude da compra confirmada ocorre quando um fraudador se passa por comprador, finge que fez o pagamento para resgatar o produto e envia um falso comprovante. No caso do anúncio falso, o golpista oferece um produto inexistente, recebe o dinheiro, mas não envia a mercadoria.

— Existe um aumento de compra de celulares usados, e o crescimento das fraudes se dá na esteira disso. O celular é um produto muito visado porque é de alto valor agregado, fácil de manusear e de revender. E no topo da lista está o iPhone — destaca Beatriz Soares, diretora de Produto e Operações da OLX.

Os celulares representam 48%, seguidos por videogames (20%) e computadores (11%).

Para Pamela Prevedel, engenheira e líder de Produtos do AllowMe, os fraudadores em geral não agem sozinhos.

— Em geral, são quadrilhas especializadas. Eles entram em contato com muita gente, porque sabem que muitos não cairão no golpe. Eles agem em escala.Geralmente, são pessoas especializadas em cada processo e testam os golpes — diz.

Camila Cardoso, funcionária de uma agência de eventos, de 33 anos, conta que foi vítima de três golpes. Em dois deles, fez compras em sites falsos, e não conseguiu reaver o que pagou. Em outra ocasião, ela fez uma compra em um grande site, mas também não recebeu o produto. O marketplace devolveu o dinheiro por meio de estorno do cartão de crédito.

— Fiz uma compra de uma minigeladeira em um marketplace. E o vendedor cobrou o frete por fora. Após o prazo de entrega, entrei em contato com o site, que estornou R$ 500 no cartão de crédito. Antigamente, tinham sinais mais claros de golpe. Hoje, não. Parece tudo certinho — explicou.

Marketplace pode ter que ressarcir

Para Beatriz Castilho Costa, pesquisadora do Centro de Tecnologia e Sociedade (CTS) da FGV Direito Rio, uma das formas de o consumidor se resguardar é utilizar a própria plataforma de marketplace para se comunicar, seja o usuário comprador ou o vendedor. Segundo ela, se a vítima seguiu todas as orientações da plataforma na negociação, o site pode ter ressarcir o prejuízo do consumidor:

— Toda a comunicação deve ser feita por meio da plataforma, no chat. Em geral, quando esse tipo de fraude acontece, as pessoas saem da plataforma. O que chega nos tribunais é que as tratativas começaram lá dentro do sistema e terminaram de outra forma. O que fica mais difícil de comprovar a responsabilidade do site

Daniel Marques, presidente da AB2L, Associação Brasileira de Lawtechs e Legaltechs, avalia que a negociação deve ser concluída dentro do site.

— A empresa deve proteger os dados e criar métodos de verificação para confirmar a venda — explica ele.

Documentos falsos

De acordo com especialistas, em caso de fraude, o suposto comprador pode enviar documentos falsos para comprovar o pagamento.

— Nos casos dos golpes da compra confirmada os consumidores devem se atentar a mensagens ou e-mails de empresas, conferindo se o endereço do e-mail recebido confere com o domínio da empresa gestora do marketplace e/ou do vendedor, e sempre que possível, acompanhar os seus pedidos diretamente no site ou aplicativo da plataforma — alerta Tatiana Coutinho, advogada de Privacidade e Proteção de Dados Pessoais, Regulação e Novas Tecnologias, do escritório Lima e Feigelson Advogados.

Já nos casos que envolvem anúncios falsos, o consumidor deve desconfiar de produtos negociados com o valor abaixo do preço de mercado. Caso opte por negociar diretamente com o vendedor, deve realizar o pagamento após o recebimento do produto. Segundo Coutinho, se desconfiar de atitudes suspeitas, o consumidor deve denunciar o vendedor ou anúncio à plataforma para a verificação de eventual fraude.

Conheça as principais fraudes e como se proteger

Compra confirmada: O fraudador faz um falso comprovante de depósito com os dados da vítima e o envia por e-mail ou aplicativo de mensagem, fazendo a pessoa acreditar que o valor já foi depositado e entregue o produto da venda. Quando a vítima percebe o golpe, o fraudador já está com o produto e deixa de responder às mensagens.

Como se prevenir: Só entregue o produto após a confirmação do depósito em sua conta bancária ou carteira digital. Mantenha a conversa pelos chats das plataformas e evite negociar por aplicativos de mensagens. Desconfie de mensagens ou e-mails que simulem comunicados oficiais das empresas, verifique o domínio do e-mail (xx@nomedaempresa) e cheque sempre o status da negociação no site ou no aplicativo da empresa.

Anúncio falso: O fraudador insere o anúncio de um produto nas plataformas de compra e venda, com o objetivo de atrair as vítimas. Na maioria das vezes, o produto é, em média, 14% mais barato do que o valor de mercado. Imaginando ser uma oferta real, a vítima faz o pagamento e não recebe o produto.

Negociação direta: Prefira negociar diretamente pelas plataformas, que têm a opção de pagar/receber o valor e o delivery do produto. Ao optar por negociar diretamente, só realize o pagamento após receber o produto. Desconfie de preços muito abaixo dos valores de mercado e, ao desconfiar de atitudes suspeitas, denuncie o anúncio, que será verificado pelas plataformas.

Sites falsos: Falsas páginas na internet e em redes sociais fazem anúncios iscas para atrair compradores com a oferta de celulares novos e outros produtos, mas muito abaixo do preço de mercado. Também costumam destacar que há poucas unidades dos produtos e que a oferta dura apenas poucas horas, estimulando que as pessoas façam o pagamento rapidamente, e o produto não é enviado.

Outros cuidados

– Verifique a reputação do site no Consumidor.gov ou no Reclame Aqui.

– Sites falsos que imitam outras lojas possuem um endereço web diferente. Confira se está na página certa. As mudanças, algumas vezes, são sutis colocam um 0 em vez do O. Outras vezes mudam o domínio, em vez de “.com” está “.org.br”. É o chamado golpe homográfico, o uso de um endereço similar ao oficial para enganar o público.

– Em caso de dúvida, o Google tem uma ferramenta chamada Navegação Segura (https://transparencyreport.google.com/safe-browsing/search) . Nela, você pode inserir o endereço e verificar o grau de confiança e segurança da página.

– Desconfie de ofertas e promoções com preços fora do padrão do mercado.

– Busque selos de segurança. Eles devem ser clicáveis. Alguns são da McAfee, Google Trusted Store, PayPal, GeoTrust e Norton.

– Veja se na página tem o CNPJ, o endereço da sede e o telefone de contato da empresa.

– Procure as políticas de privacidade.

A informação é do site Extra.


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