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Amazonas

Máscara: Cientista fala que jovens deveriam ser priorizados por autoridades sanitárias

Jesem Orellana alerta que jovens, dos 16 aos 24 anos, são o grupo com baixo esquema de vacinação

Ministério da Saúde havia retirado os adolescentes sem comorbidades da campanha de imunização às pressas no último dia 15. (Foto: Evandro Leal/Estadão Conteúdo)

“O grupo etário de 16 a 24 anos deveria ser o grupo mais trabalhado pelas autoridades sanitárias”. A avaliação é do epidemiologista da Fiocruz Amazônia, cientista Jesem Orellana, após divulgação da pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) por meio do Instituto FSB em que apontou que índice de jovens da região Norte que usam máscaras é um dos mais baixos do país. O percentual entre pessoas de 16 a 24 anos que usam a proteção é de 45%.
“É justamente entre as pessoas de 16 a 24 anos que também temos as menores coberturas vacinas nas grandes cidades”, alertou Jesem.

Jesem Orellana salientou que o não uso das máscaras e o descumprimento de medidas de prevenção à Covid-19 favorecem ainda mais a incidência de infecções por Sars-Cov 2, na Região Norte, sobretudo no Amazonas. “Favorecimento da circulação viral e prolongamento de problemas sanitários evitáveis durante a pandemia. Quanto menos gente sem máscara, maiores são as chances de novas infecções e adoecimento e morte dos mais vulneráveis, especialmente àqueles com comorbidades, não vacinados e idosos”, alertou o pesquisador.

A Região Sudeste é onde as pessoas mais usam máscaras. Seis em cada dez (61%) pessoas afirmaram que utilizaram máscaras em locais abertos e fechados no Sudeste. Para o cientista, é algo esperado. “Pois nessa região está o maior contingente populacional do país e as maiores aglomerações urbanas, seja no transporte coletivo ou em ambientes de trabalho e de lazer”, destacou.

Vacinação

O Amazonas aparece entre os sete estados com baixa vacinação completa na Amazônia, conforme reportagem do UOL. Jesem Orellana, da Fiocruz Amazônia, disse que o dado só reforça o que ele classifica como “desigualdades sóciosanitárias”. “E a negligência das autoridades na região. Além disso, mostra porque seguimos tendo mais problemas com a epidemia, em comparação às regiões sul e sudeste do país, por exemplo”, disse.
Questionado se o negacionismo praticado no Brasil pode prejudicar o Amazonas no cumprimento da meta de toda a população vacinada, o cientista acredita que “é possível e não seria nenhuma surpresa”. “Diante de tanta negligência sanitária das autoridades e de parte da população, ainda contaminada pelo negacionismo impulsionado de forma impune pelo presidente Bolsonaro”, analisou.

Resistência

Diante da vacinação que sofre resistência por grande parte da população, Jesem Orellana ressalta que diante do que acontece no Brasil praticado pelas pessoas que ignoram os riscos letais da Covid-19, é difícil prever quando a pandemia, de fato, irá cessar do Amazonas.
“Não sabemos e ficamos cada vez mais distantes dessa meta na medida em que os responsáveis por tamanha tragédia seguem impunes. Países ricos só se preocupam com parte de sua população, restringindo o acesso a vacinas em países pobres. Por outro lado, países como Brasil, que deveriam ter assumido a liderança no combate a pandemia, acabam se tornando um dos piores exemplos da humanidade neste quesito, destruindo a imagem do país e a reputação do Programa Nacional de Imunizações (PNI), mundialmente respeitado há uns 5 anos atrás”, finalizou.

Os sete estados com as menores taxas de vacinação completa são da Amazônia. Seis deles ficam na região Norte. Cinco nem sequer atingiram metade da população vacinada: Acre, Amapá, Maranhão, Pará e Roraima.


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