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Amazonas

Delegado Saraiva denuncia manipulação na alocação de agentes da PF na Amazônia, diz colunista do UOL

De acordo com a denúncia do delegado Saraiva, essa manobra como é “um abominável favoritismo em prol daqueles candidatos que possuíam ‘costas quentes’.

Delegado Alexandre Saraiva. (Foto:Reprodução)

O colunista do site UOL, Chico Alves, publicou nesta segunda-feira, 13, a informação de que o delegado Alexandre Saraiva, ex-superintendente da Polícia Federal no Amazonas, encaminhou hoje aos chefes do Ministério Público Federal nos estados da Amazônia representação em que denuncia manipulação no processo de alocação de novos agentes da Polícia Federal através de portaria publicada pelo Ministério da Justiça no final de novembro.

Conforme a coluna, a mudança de critérios permitirá que policiais recém-formados evitem postos em locais mais distantes e inóspitos, como áreas de fronteira na floresta, e sejam encaminhados através de convite para cargos lotados em Brasília, sem limitação de quantidade.

Saraiva alerta que, além de ferir o direito de agentes que se destacaram na prova e dos mais antigos, a portaria tanto vai dificultar o preenchimento de vagas em áreas distantes como a Amazônia, onde o déficit de pessoal é um dos motivos para a diminuição de repressão a crimes como desmatamento e garimpo ilegal, como vai permitir o aparelhamento de grupos de policiais que serão “apadrinhados”.

A escolha das vagas se dava exclusivamente com base na classificação geral do concurso ou na classificação específica do candidato no curso de formação. Mesmo assim, relata o delegado na representação a que a coluna teve acesso, o “apadrinhamento” irregular ocorreu até 2007, quando a prática foi abandonada. Saraiva define essa manobra como “um abominável favoritismo em prol daqueles candidatos que possuíam ‘costas quentes’, por meio de um instituto não regulamentado, denominado ‘convite’ que burlava os editais do concurso”.

“A prática do apadrinhamento fez com que muitos policiais deixassem de atuar nas lotações de difícil provimento”, relata ele. “Desta forma, os afortunados nunca escolheram unidades com ‘claros de lotação’ localizadas nos rincões mais distantes do país”.

O delegado denuncia que a partir de agora tal prática foi institucionalizada com a nova portaria. Para piorar, o texto que fundamenta a mudança foi colocado sob sigilo, critica.

Alexandre Saraiva foi exonerado do cargo de superintendente da Polícia Federal no Amazonas após pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) investigação contra o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles por associação ao contrabando de madeira da Amazônia. Trabalha atualmente na cidade de Volta Redonda (RJ). “É de espantar que a Portaria não limita o número de futuros policiais que poderão ser agraciados pelo ‘convite’. Deste modo, a Direção Geral estará livre para lotar em Brasília quantos quiser. Esta circunstância denota a intenção de desviar muitos futuros policiais da região amazônica, do pantanal e das fronteiras para Brasilia. Assim, o texto da portaria nº 15.755-DG/PF traduz um verdadeiro ‘brasilionocentrismo'”, diz a representação. Em seu documento, o delegado destaca que “o policial de cativeiro tem dono” e essa seria a “melhor forma de aparelhar uma instituição policial e cooptar seus integrantes desde o nascedouro”.

Ele recorda que, por resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a Polícia Federal exercerá, com prioridade sobre suas atribuições regulares, a função de polícia judiciária nas matérias relativas às eleições.

A coluna enviou à Polícia Federal questionamento sobre o assunto e a resposta enviada será publicada, no sentido de atualizar esta informação.

A informação é do UOL.


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