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Economia

Estudo do Ipea diz que fluxo comercial entre Brasil e Venezuela cai 88% nos últimos cinco anos

Levantamento destaca os impactos econômicos causados pela crise política no país comandado por Nicolás Maduro.

Comércio bilateral entre os países caiu de um patamar superior a US$ 5 bilhões anuais para menos de US$ 1 bilhão nos últimos cinco anos. (Foto: Alexander Rodriguez/Pixabay)

O distanciamento nas relações diplomáticas entre Brasil e Venezuela, em função da crise política e econômica do país, prejudicou financeiramente ambas as nações, segundo um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

O levantamento mostra que o comércio bilateral entre os países caiu de um patamar superior a US$ 5 bilhões anuais para menos de US$ 1 bilhão nos últimos cinco anos, entre 2016 e 2020. Os dados de 2021 ainda não foram fechados.

“Antes da crise na Venezuela, a relação entre os países gerava um fluxo anual de US$ 6 bilhões ao Brasil. Mas com toda essa situação e crise que o país tem vivido faz com que os superávits brasileiros caíssem mais de 80% desde 2017”, disse à CNN o autor do estudo, Pedro Silva Barros.

O estudo aponta que a suspensão da Venezuela do Mercosul, e o distanciamento do país com o Brasil, gerou impactos negativos na balança comercial brasileira, com perdas nos fluxos de exportações, que eram puxadas por produtos básicos como açúcar, manteiga e cereais.

Anteriormente à crise, o estado de São Paulo exportava 70% de todos os produtos brasileiros à Venezuela. No entanto, após diversos embargos marítimos realizados por conta dos problemas políticos, as transações econômicas se dão por terra, através da fronteira de Roraima e Amazonas.

“[Após o início da crise], a influência brasileira foi mantida principalmente na faixa de fronteira entre os dois países, especialmente no estado de Roraima. De acordo com os dados analisados, tanto as exportações formais para a Venezuela como o pequeno comércio de fronteira têm crescido significativamente nos últimos três anos”, destaca um trecho do estudo.

Além da redução nas exportações, a pesquisa aponta um aumento na dívida da Venezuela com o Brasil, que soma atualmente U$ 830 milhões. Segundo o levantamento, o valor pode ser duplicado nos próximos anos se a Venezuela seguir sem honrar os pagamentos. O Ipea aponta que os valores deixaram de ser pagos, após o governo federal se opor ao presidente atual do país, Nicolás Maduro.

Por fim, Pedro Silva Barros explicou quais são as medidas possíveis a serem tomadas pelo Brasil para poder reverter o cenário econômico favorável entre os países.

“A desintegração comercial e a fragmentação política têm marcado a América do Sul nas últimas décadas. O Brasil precisa estar atento a esse processo e pode liderar uma agenda de reconstrução da integração regional com forte impacto positivo para o seu processo de desenvolvimento”, finalizou.

A informação é da CNN Brasil.


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