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Amazonas

Ação da polícia na gestão Wilson Lima ‘ajuda’ a elevar o Brasil em ranking de assassinatos de ambientalistas, informa blog

Informações são do Blog da Rosiene Carvalho, com base nos números da organização internacional Global Witness.

Onda de violência na região do Rio Abacaxis, em Nova Olinda do Norte (AM) é citada pelo MPF. (Foto:Alexandro Pereira/Rede Amazônica)

Os cinco assassinatos da chacina no Rio Abacaxis, em Nova Olinda do Norte, no Amazonas, em agosto de 2020, ajudaram a colocar o Brasil em quarto lugar lista dos países o maior número de assassinatos de ativistas ambientais em 2020 da organização internacional Global Witness, divulgado no último dia 12 de setembro. As informações são do Blog da Rosiene Carvalho, jornalista do Amazonas.

Em agosto de 2020, um confronto na região do Rio Abacaxis causou a morte de dois policiais militares – o cabo Márcio Carlos de Souza e 3º sargento Manoel Wagner Silva Souza – durante operação da Polícia Militar. Nas semanas seguintes, nova ação policial foi realizada e o Ministério Público Federal (MPF) recebeu diversos relatos de abuso e violação de direitos contra populações tradicionais.

A Comissão Pastoral da Terra denunciou a morte de 5 pessoas, entre elas “um indígena da etnia Munduruku, três ribeirinhos e um suposto traficante, além do desaparecimento de dois adolescentes e de um indígena Munduruku, e seis pessoas feridas”.

Na chacina do Rio Abacaxis morreram os indígenas Munduruku Josimar Moraes Lopes e Josivan Moraes Lopes. E os ribeirinhos Mateus Cristiano Araújo, Anderson Barbosa Monteiro e Vanderlânia de Souza Araújo. Vanderlânia e Anderson eram um casal e estavam com filho, Mateus, quando ocorreu o crime. Os três ribeirinhos são vítimas da onda de violência em Rio Abacaxis.

O Blog lembra que a chacina do Rio Abacaxis é uma das três registradas na gestão do governador Wilson Lima. E informa que até agora não houve denúncia e responsabilização dos culpados.

Sete entre os 10 países com o maior número de assassinatos de ativistas ambientais em 2020 estão na América Latina. No Brasil — 4º na lista do planeta e 3º na América Latina —, foram 20 mortos, sendo que metade deles integram os povos tradicionais, como indígenas, quilombolas e ribeirinhos.

No mundo, foram 227 pessoas assassinadas que estavam ligadas a questões ambientais e direitos da terra no ano passado. No documento anterior, referente a 2019, o número era menor: 212 vítimas.

O relatório diz que 7 em cada 10 registros de mortes de defensores ambientais do Brasil estão na Amazônia. E o Amazonas é o Estado com o maior número de assassinatos em 2020, em um único evento, a chacina do Rio Abacaxis.

De acordo com o Global Witness, os governos fecham os olhos para os direitos humanos e, em muitos casos, são os próprios agentes da violência. O relatório destaca que 2020 foi o ano mais perigoso já registrado para as pessoas que defendem suas casas, terras e meios de subsistência e ecossistemas vitais para a biodiversidade e o clima.

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