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Para frear a inflação, Argentina anuncia congelamento de preços de 1.245 produtos por 90 dias
O congelamento dos preços foi acertado entre o governo argentino e representantes de empresas de consumo massivo e redes de supermercados.
Numa tentativa de frear a inflação, o governo da Argentina anunciou o congelamento de preços de 1.245 produtos de consumo em massa por 90 dias. Os preços permanecerão inalterados até 7 de janeiro do ano que vem, com os valores praticados em 1º de outubro.
O congelamento dos preços foi acertado entre o governo argentino e representantes de empresas de consumo massivo e redes de supermercados, no momento em que a inflação gira em torno de 50% ao ano.
A medida inclui produtos básicos do atual Programa de Preços Assistenciais e também garrafas de uísque, rum, gim, vodka, conhaque e até champanhe, além de uma grande variedade de vinhos, num total de 61 tipos diferentes.
Também fazem parte da lista, os cremes anti-idade, os energéticos, 16 variedades de maionese, azeites, 20 tipos de cerveja e outros itens de alimentação, higiene e limpeza.
— Precisamos parar a bola de neve para que os alimentos não continuem limitando os salários — disse o novo secretário de Comércio Interior, Roberto Feletti, após reunião com os representantes do comércio.
E acrescentou:
— Se olharmos o caso dos trabalhadores com carteira assinada, vemos que, para um adulto, a cesta básica em dezembro de 2019 era de 9% do salário médio e, na última medição, foi de 11%.
— Depois de um ano de inflação muito forte, a ideia é gerar uma trégua (na alta dos preços) — disse ao jornal El Clarín o ministro de Desenvolvimento Produtivo, Matías Kulfas.
De acordo com o Clarín, o encontro com Feletti contou com a presença de representantes de cerca de 30 empresas produtoras que concentram a maior parte do fornecimento de alimentos, produtos de limpeza e higiene pessoal como Arcor, Molinos, La Serenísima e Mondelez, entre outras.
De acordo com o Ministério do Comércio Interno, o objetivo das reuniões foi iniciar o “canal de comunicação” com o setor privado e explicar as diretrizes com que a equipe da Secretaria de Comércio Interior irá trabalhar na gestão de Feletti.
A intenção é criar um cenário previsível até o fim do ano, incentivar o mercado interno e preservar os salários argentinos diante de eleições e feriados de Natal e Ano Novo, disse.
O governo peronista de Alberto Fernández perdeu as eleições primárias no mês passado e agora busca atrair eleitores antes das eleições legislativas de 14 de novembro com uma série de medidas que amenizam o bolso, em meio a uma saída gradual da recessão agravada pela pandemia do coronavírus.
A informação é de O Globo.
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