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Economia

Sete entre dez bares e restaurantes têm menos funcionários agora do que antes da pandemia

Uma em cada cinco empresas (20%) diz estar com dificuldade para recrutar mão de obra. Os cargos mais qualificados são os que têm menos oferta de profissionais.

Pesquisa aponta que grande número de empresas estão com pagamentos em atraso (56%). (Foto:Reprodução)

Sete em cada dez bares e restaurantes do país (72%) funcionam, atualmente, com menos empregados do que antes da pandemia. O dado foi revelado por pesquisa da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), que também mostrou que três em cada dez (31%) pretendem recontratar funcionários nos próximos três meses. Por outro lado, 58% admitem que ainda vão precisar fazer ajustes no quadro de colaboradores, com novas demissões ou adiando melhorias no trabalho.

A dificuldade, segundo os empreendedores, é em função do encerramento do benefício emergencial para suspensão de contratos ou redução de jornadas e salários, que ajudou a manter a mão de obra durante a crise. Considerando o universo dos 58% que vão precisar fazer ajustes, 27% afirmam que isso significa ter que fazer novas demissões. Para 21%, será preciso adiar reformas e melhorias.

As empresas que estão contratando também têm desafios. Uma em cada cinco (20%) diz estar com dificuldade para recrutar mão de obra. Os cargos mais qualificados são os que têm menos oferta de profissionais — praticamente a metade dos que tentam contratar um cozinheiro, por exemplo, relatou problemas para encontrar alguém preparado para assumir a função. Na avaliação dos consultados, pela ordem, os cargos mais difíceis de preencher, hoje, são os cozinheiro, gerente e chefe. Depois, vêm especialista (como sushiman), garçom e auxiliar de cozinha.

– Este é um fenômeno que deve se intensificar com a retomada. Outros setores também relatam dificuldades parecidas, principalmente nos grandes centros. Muitos trabalhadores demitidos durante a pandemia se mudaram ou encontraram uma nova forma de renda. Não à toa, o número de microempreendedores individuais cresceu muito nos últimos 18 meses — diz o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci.

Outro ponto de atenção para o setor é o grande número de empresas com pagamentos em atraso (56%), o que dificulta a retomada. Dos estabelecimentos respondentes que estão no Simples (88%), 51% devem ao menos uma parcela. E a retomada ainda não começou para todos os bares e restaurantes: 35% disseram ainda ter trabalhado com prejuízo em agosto, índice que se manteve quase estável em relação a julho (37%).

Segundo Solmucci, 53% das empresas afirmaram ter obtido faturamento maior em agosto de 2021, em relação a agosto de 2020:
— Mas o número não impressiona, já que é fundamental observar que nesta época, no ano passado, as restrições em função da pandemia eram muito mais severas. Os ajustes na gestão, a maior automação e a adoção de novos canais (como o delivery) permitiram a essas empresas chegar até aqui. Mas agora é preciso redobrar os esforços e olhar com atenção para os problemas que podem atravancar a retomada, como a questão das dívidas, principalmente os impostos atrasados — completa.

A informação é do site Extra.


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