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Economia

Produção industrial brasileira apresenta variação nula em junho em relação a maio

Entre fevereiro e abril, a indústria teve queda de 4,7%. Em maio, voltou a subir e interrompeu os três meses consecutivos de queda.

Analistas dizem que o menor dinamismo do setor está ligado aos efeitos da pandemia. (Foto: Reprodução/Extra)

Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (dia 3) apontam que a produção industrial brasileira apresentou variação nula em junho em relação a maio. O resultado veio aquém do esperado. Analistas projetavam alta de 1,7% no mês e 11,8% no ano.

Entre fevereiro e abril, a indústria teve queda de 4,7%. Em maio, voltou a subir e interrompeu os três meses consecutivos de queda.

Entre fevereiro e abril, a indústria teve queda de 4,7%. Em maio, voltou a subir e interrompeu os três meses consecutivos de queda.

O gerente da pesquisa, André Macedo, destaca que a indústria igualava, já em maio, o patamar de antes da pandemia, embora não revertesse as perdas anteriores. Ele explica que o menor dinamismo do setor está ligado aos efeitos da pandemia de Covid-19 no processo de produção e na economia.

— Há uma série de adversidades por conta da necessidade das medidas de restrição, como a redução do ritmo produtivo, a dificuldade de obtenção de matérias-primas e o aumento dos custos de produção.

Ele continua. “Pelo lado da demanda, ou seja, observando a economia como um todo, há também uma taxa de desocupação alta, o que traz uma consequência para a massa de salários. São fatores que não são recentes, mas ajudam a explicar esse comportamento da produção industrial — diz.

Segmentos ainda enfrentam gargalos

Das quatro atividades pesquisadas, três sofreram queda na produção. O principal impacto negativo no mês veio de veículos automotores, reboques e carrocerias, com queda de 3,8% após dois resultados positivos em abril (1,6%) e maio (0,3%).

Problemas no fornecimento de matérias-primas e componentes já tem, inclusive, forçado fabricantes a adaptar a produção, rever lançamentos e reajustar preços.

— Essa atividade foi muito atingida pelos efeitos da pandemia, na medida em que várias montadoras estão fazendo paralisações de seus parques produtivos. Isso explica não só o resultado negativo de junho, mas o movimento de perda mais importante que essa atividade vem mostrando nesse início de 2021 — afirma Macedo.

Outro impacto negativo veio de celulose, papel e produtos de papel, cuja produção caiu 5,3% em junho. É a terceira retração consecutiva do setor. Já a produção no setor de produtos alimentícios caiu 1,3% na passagem de maio para junho.

O principal impacto positivo foi o de derivados do petróleo e biocombustíveis, com alta de 4,1%.

— Essa melhora recente também pode estar diretamente associada a um grau maior de flexibilização das medidas de isolamento, com maior número de pessoas vacinadas. Então há uma tendência ao aumento de mobilidade e isso pode se traduzir em efeitos positivos dentro dessa atividade — analisa Macedo.

Perspectivas

Considerando que o gargalo no fornecimento de semicondutores é um problema que atinge indústrias globalmente (telecomunicação, computação, eletroeletrônicos e smartphones), especialistas ponderam que há o risco de a indústria brasileira não ter o problema da escassez plenamente solucionado nos próximos meses.

Mesmo assim, empresários do setor mantêm o otimismo para os próximos meses. O Índice de Confiança da Indústria (ICI) do FGV IBRE subiu 0,8 ponto em julho para 108,4 pontos. É o maior valor desde janeiro (111,3 pontos).

Claudia Perdigão, economista do FGV IBRE, diz que a confiança da indústria avança pelo terceiro mês seguido, mas pondera que há um desaceleração do otimismo das empresas.

“As empresas ainda enfrentam um cenário de escassez de insumo possibilidade de racionamento energético e alta incerteza econômica que tendem a limitar uma alta mais expressiva da confiança nos próximos meses”, comenta a economista.

As informações são do site Extra.


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