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Economia

Em 10 anos, empregos e comércios crescem, mas participação da receita do Amazonas diminui

Em termos de receita bruta, no Norte, Roraima, Pará e Tocantins aumentaram sua participação. Por outro lado, Amapá, Amazonas e Acre perderam participação, entre 2010 e 2019.

Comércio do Centro de Manaus. (Foto: Patrick Marques/G1 AM)

Os dados da Pesquisa Anual do Comércio (PAC) 2019, divulgada nesta quinta-feira, 29/7, pelo IBGE, mostram que a receita bruta de revenda do Amazonas perdeu 6,9 pontos percentuais de participação na Região Norte, em dez anos, partindo de 31,7% de participação, em 2010, para 24,8%, em 2019. Mas, apesar disso, nesse período, no Estado, o pessoal ocupado em atividades comerciais aumentou 12,1%, passando de 77,4 mil, em 2010, para 88,1 mil, em 2019; e o número de unidades locais de empresas comerciais cresceu 3,5%, indo de 8,1 mil, em 2010, para 8,4 mil, em 2019.

Em 2019, frente a 2018, o Amazonas empregou 1.571 pessoas a mais (partindo de 86.580, em 2018, para 88.151 pessoas ocupadas, em 2019), ou seja, crescimento de 1,8% em um ano. No entanto, nesse período, o número de unidades locais caiu de 9.092 para 8.422; o que representa 7,4% de perda em um ano.

Destaques:

· A Região Norte apresenta salário médio mensal de 1,8 salário mínimo, abaixo da média nacional (1,9 salário mínimo), igual ao valor registrado no Centro-Oeste e superior apenas ao valor pago no Nordeste (1,4 salário mínimo);

· No Amazonas, em 2019, o comércio varejista possuía a maior participação, tanto em unidades locais, quanto em pessoas empregadas, salários, e também em margem de comercialização. No entanto, na receita bruta de revenda e de comissões sobre vendas, o comércio atacadista foi o que obteve maior participação;

· Analisando a distribuição regional da receita bruta de revenda do comércio, em dez anos, a Região Norte ganhou participação, partindo de 3,7% de participação, em 2010, para 4,0%, em 2019.

A Pesquisa Anual de Comércio – PAC, do IBGE, retrata as características estruturais do comércio. As informações apresentadas pela pesquisa são indispensáveis para a análise e o planejamento econômico das empresas do setor privado e dos diferentes níveis de governo. A atividade comercial exerce relevante função de intermediação na economia entre provedores e consumidores de bens, facilitando, assim, as transações econômicas.

Na Pesquisa Anual do Comércio são apresentados os principais resultados das empresas comerciais, cujas atividades se dividem em três segmentos distintos: comércio de veículos, peças e motocicletas; comércio por atacado e comércio varejista.

Os resultados de 2019 apontam que a Região Sudeste deteve a maior parcela da receita bruta de revenda, do número de unidades locais, do pessoal ocupado e dos salários, retiradas e outras remunerações, seguida das Regiões Sul, Nordeste, Centro-Oeste e Norte. Esse ranking permaneceu constante desde o ano de 2010.

Dados gerais das empresas comerciais

Para o Amazonas, a Pesquisa Anual do Comércio 2019 estimou que a atividade comercial obteve R$ 42,8 bilhões em receita bruta de revenda e de comissões sobre vendas, e a margem de comercialização foi de R$ 9,1 bilhões. Além disso, o setor ocupou 88,1 mil pessoas, pagando R$ 2,1 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações. Esses valores foram gerados por 8.422 unidades locais de empresas comerciais.

Pessoas ocupadas no comércio, número de unidades locais e salários

Entre 2010 e 2019, no Amazonas, o pessoal ocupado em atividades comerciais aumentou 12,1%, passando de 77,4 mil, em 2010, para 88,1 mil, em 2019. Já o número de unidades locais de empresas comerciais cresceu 3,5%, indo de 8,1 mil, em 2010, para 8,4 mil, em 2019.

Em 2019, frente ao ano anterior, o comércio varejista do Amazonas empregou 1.571 pessoas a mais (partindo de 86.580, em 2018, para 88.151 pessoas ocupadas, em 2019), ou seja, crescimento de 1,8% nos postos de trabalho do setor, em um ano. No entanto, nesse período, o número de unidades locais caiu de 9.092 para 8.422; 7,4% de perda em um ano.

Os números de empregos no comércio amazonense vêm caindo desde 2015, ano em que o setor empregou mais pessoas, 92.466, no total.

Considerando a Região Norte, houve crescimento no número de pessoas ocupadas em unidades locais do comércio, de 272.307, em 2010, para 318.079, em 2019, o que representa 14,4% mais pessoas trabalhando no setor. O Estado da Região Norte com maior número de pessoas ocupadas é o Pará, com o total de 117.069. Já o maior crescimento no número de empregos no comércio, entre 2010 e 2019, foi o de Roraima, que saltou de 13.279 pessoas ocupadas, em 2010, para 19.807, em 2019, 33,0% de alta.

Na Região Norte, houve crescimento de 10,0% no número de unidades locais de empresas comerciais, entre 2010 e 2019, partindo de 29.164, em 2010, para 32.401, em 2019. Entre os Estados do Norte, o maior crescimento no número de unidades locais no período foi o de Tocantins, com 33,9% de aumento, partindo de 2.046 unidades locais, em 2010, para 3.093, em 2019. O único Estado da Região com queda nessa variável foi o Acre (-1,0%).

Em 2019, em média, cada empresa comercial no Brasil pagou 1,9 salário mínimo por mês, registrando pequena alta diante dos salários pagos em 2010, quando registrou 1,8 salário mínimo. Entre as Grandes Regiões, a Região Norte apresenta salário médio mensal de 1,8 salário mínimo, abaixo da média nacional, igual ao valor registrado no Centro-Oeste e superior apenas ao valor pago no Nordeste (1,4 salário mínimo).

No Amazonas, foram pagos 2,1 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações em empresas comerciais do Estado, em 2019; 55,1% a mais, em relação ao valor pago em 2010. Na Região Norte, o valor é inferior apenas ao do Pará, que pagou 2,7 bilhões, e teve crescimento de 57,5% no valor total de salários, retiradas e outras remunerações. Na Região Norte como um todo, no período entre 2010 e 2019, o valor total dos gastos com salários foi 43,1% maior.

Participação por segmentos do comércio

No Amazonas, em 2019, o comércio varejista possuía a maior participação, tanto em unidades locais (78,4%), quanto em pessoas empregadas (68,8%), salários (61,5%) e também em margem de comercialização (55,6%). No entanto, na receita bruta de revenda e de comissões sobre vendas, o comércio atacadista foi o que obteve maior participação, somando 45,8% do total, frente a 45,4% do varejo.

No Estado, em 2019, o setor atacadista empregava 22,7% das pessoas no comércio, detinha 15,0% das unidades locais, e era responsável por 28,2% dos salários pagos. O comércio de veículos, peças e motocicletas, por sua vez, empregava 8,6% das pessoas do setor de comércio, possuía 6,6% das unidades locais, e pagava 10,3% dos salários.

Margem de comercialização

A margem de comercialização é o resultado da diferença entre receita líquida de revenda de mercadorias e o custo das mercadorias. Ela representa o esforço de vendas de mercadorias, depois de descontado o custo com a venda dos produtos.

Essa margem vem crescendo a cada ano na Região Norte. Em 2010, a margem era de 14,1 bilhão de Reais. Já em 2019, alcançou 33,2 bilhões; um aumento de 134%, nesse período sem considerar a inflação. No Amazonas, a margem de comercialização, no mesmo período, aumentou 96%, passando de 4,6 bilhões, em 2010, para 9,1 bilhões, em 2019. Mas, percentualmente, a maior evolução da Região, ocorreu no Tocantins, onde a margem cresceu 274%, passando de 875 mil, para 3,2 bilhões, entre 2010 e 2019. Em termos de valores, o Pará apresentou a maior margem de comercialização regional com 12 bilhões, em 2019.

No Amazonas, historicamente, o comércio varejista possui a maior margem de comercialização. Em 2019, a margem dessa divisão do comércio alcançou 5,1 bilhões, crescendo 122% em relação a 2010. O comércio atacadista tem a segunda posição em termos de margem de comercialização, passando de 1,8 bilhões, em 2010, para 3,3 bilhões, em 2019, crescendo 79% no período. Já o Comércio de veículos, peças e motocicletas apresentou a menor divisão do comércio em margem, e foi a que menos cresceu em dez anos (40%).

Receita bruta de revenda e de comissões sobre vendas

Analisando a distribuição regional da receita bruta de revenda do comércio, em dez anos, a Região Norte ganhou participação, partindo de 3,7% de participação, em 2010, para 4,0%, em 2019. Ainda assim, a participação é a menor entre as Grandes Regiões. A Região Sudeste, por sua vez, possui a maior participação, com 50,0%.

Entre as Grandes Regiões, vale destacar as Unidades da Federação que concentram a maior parte da receita bruta de revenda. Em 2019, na Região Sudeste, apenas o Estado de São Paulo deteve 61,1% do total; no Norte, dos sete Estados que compõem a Região, dois – Pará (36,9%) e Amazonas (24,8%) – concentraram 61,7%; e, no Nordeste, dos nove Estados da Região, três – Bahia (26,8%), Pernambuco (19,8%) e Ceará (15,6%) – geraram 62,2% do total.

A Região Sul, por outro lado, possui uma distribuição relativamente homogênea entre os Estados que a integram: o Paraná gerou 37,2% da receita bruta de revenda, o Rio Grande do Sul, 33,8%, e Santa Catarina, 29,0%. No Centro-Oeste, Goiás (33,7%) e Mato Grosso (33,2%) tiveram participações similares, assim como o Distrito Federal (17,4%) e Mato Grosso do Sul (15,7%).

Algumas mudanças na representatividade das Unidades da Federação também merecem destaque. Na Região Norte, o Estado do Amazonas respondia por 31,7% da receita em 2010, caindo para 24,8% em 2019 (-6,9 p.p.), enquanto o Tocantins cresceu de um patamar de 6,1% para 13,2% (7,1 p.p.) no mesmo período; e, na Região Centro-Oeste, Mato Grosso cresceu 9,3 p.p. de participação (de 23,9% para 33,2%), em contraste com o Distrito Federal que sofreu uma redução de 6,7 p.p. (de 24,1% para 17,4%) no mesmo período.

Em termos de receita bruta, no Norte, Roraima, Pará e Tocantins aumentaram sua participação. Por outro lado, Amapá, Amazonas e Acre perderam participação, entre 2010 e 2019.

Em 2019, a receita bruta de revenda de mercadoria da Região Norte atingiu 172 bilhões de Reais, crescendo 136%, em relação a 2010. O Estado com a maior receita da região é o Pará com 63,5 bilhões; o Amazonas ocupa a segunda posição com 43 bilhões. O comércio do Amapá teve a menor receita bruta da região, com 6,9 bilhões.

Entre 2010 e 2019, a receita bruta de revenda de mercadorias do Tocantins cresceu 408%, superando o desempenho de todos os outros estados da Região. Roraima teve a segunda melhor performance, com crescimento de 161%. Por outro lado, o Amazonas ficou na penúltima posição quanto ao aumento da receita, com 85% de crescimento no período.

No Amazonas, a receita bruta de revenda de mercadorias, por atividades do comércio, é semelhante para comércio por atacado e comércio varejista, com pequena vantagem para o varejo, que, em 2019, faturou 19,4 bilhões, contra 19,1 bilhão do atacado. Já o comércio de veículos, peças e motocicletas teve 4,2 bilhões de receita.


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