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Ibope: popularidade de Bolsonaro caiu no Sul e cresceu no Norte

Nas regiões Norte e Centro-Oeste, a popularidade do governo cresceu: de 32% de “ótimo”e “bom” em junho, para 39% agora em setembro.

O presidente Jair Bolsonaro durante encontro com indígenas em Manaus.

De acordo com dados da pesquisa do Ibope divulgada esta semana, publicados de forma estratificada pela BBC Brasil, o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) perdeu popularidade nas regiões Sul e Sudeste do país de junho a setembro – mas a queda foi compensada em parte por um aumento nas regiões Norte e Centro-Oeste. O Nordeste continua sendo a região onde Bolsonaro tem menos apoio.

No geral, a popularidade do presidente permaneceu praticamente estável em setembro, quando comparada ao mês de junho. O governo Bolsonaro era avaliado como “bom” ou “ótimo” por 32% em junho deste ano – o número oscilou negativamente, dentro da margem de erro, para 31% agora em setembro. A margem de erro do levantamento do Ibope é estimada em 2 pontos percentuais para mais ou para menos, e o intervalo de confiança utilizado é de 95%.

A queda mais acentuada foi na região Sul: na edição de junho da pesquisa, 52% dos pesquisados na região consideravam a administração Bolsonaro “boa” ou “ótima”. Agora, são apenas 36%. Já o percentual dos que consideram o governo “ruim” ou “péssimo” cresceu 18% em junho para 28% agora.

No sudeste, 35% consideravam a gestão Bolsonaro “boa” ou “ótima” em junho. Agora, são 32%. Inversamente, 27% consideravam o governo “ruim” ou “péssimo” em junho, no Sudeste. Agora, 34% pensam desta forma na região, segundo o Ibope.

Enquanto isso, nas regiões Norte e Centro-Oeste, a popularidade do governo cresceu: de 32% de “ótimo”e “bom” em junho, para 39% agora em setembro.

Em relação à renda, a pesquisa do Ibope mostra que a classe média continua sendo a que mais apoia a gestão Bolsonaro, embora este apoio tenha oscilado negativamente nos últimos meses.
Em abril, 45% dos entrevistados com renda familiar acima de cinco salários mínimos consideravam o governo como ótimo ou bom. No levantamento de setembro, este número tinha caído para 43%. Da mesma forma, em abril, 59% dos integrantes deste extrato de renda diziam confiar no presidente da República. Em setembro, este percentual caiu para 54%.

Os dados da pesquisa, encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), também permitem outras conclusões: Bolsonaro perdeu espaço no Sul e no Sudeste, diminuição que foi parcialmente compensada por um desempenho melhor no Norte e no Centro Oeste; e a crise de imagem provocada pelas queimadas na Amazônia parece ter atingido a popularidade do governo.

Quando os entrevistados foram perguntados sobre o desempenho de cada área do governo, o destaque negativo ficou com a área ambiental: a desaprovação do governo nesta área subiu de 45% para 55% entre junho e setembro.

A única área do governo aprovada por mais da metade da população é a segurança pública, segundo o levantamento do Ibope: 51% aprovam a gestão do governo neste quesito. Taxa de juros, impostos e combate ao desemprego são as áreas onde a gestão de Bolsonaro é pior avaliada.

O mau desempenho da área ambiental pode estar ligado ao noticiário negativo sobre as queimadas e o aumento do desmatamento na Amazônia: notícias sobre este assunto são as mais lembradas pelas pessoas que responderam à pesquisa do Ibope. Ao todo, 22% se lembram de notícias sobre este assunto. Para efeito de comparação, apenas 5% se lembram de ter visto notícias sobre a reforma da Previdência, e 2% mencionaram conteúdos jornalísticos sobre a indicação do filho do presidente, Eduardo Bolsonaro, para o posto de embaixador do Brasil em Washington.

Além disso, para analistas políticos ouvidos pela BBC News Brasil, os números também mostram que Bolsonaro está cativando uma parcela de cerca de um terço do eleitorado, que permanece fiel a ele. O presidente continua tendo na classe média seu maior apoio, mas o número de pessoas que apoiam seu governo e confiam nele também caiu neste grupo.


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