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Amazonas

Amazonas perdeu quase 5% dos empregos na pandemia, mostra Pnad Contínua do IBGE

O menor nível de empregos, verificado na comparação entre o primeiro trimestre de 2020 e igual período de 2021, reflete os prejuízos causados pela pandemia.

A taxa de desempregados foi a maior já registrada desde o início da série histórica em 2012. (Foto: Paulo Jacob/Ag.O Globo)

Em um ano, a população ocupada no mercado de trabalho encolheu 4,9% no Amazonas. Os números integram a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua). A edição mais recente, com dados do primeiro trimestre deste ano, foi divulgada no final de maio pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

O menor nível de empregos, verificado na comparação entre o primeiro trimestre de 2020 e igual período de 2021, reflete os prejuízos causados pela pandemia.

Em um ano, a população ocupada encolheu no mercado de trabalho de 24 das 27 unidades da Federação. Em termos proporcionais, Ceará (-14,6%) e Rio de Janeiro (-12,3%) tiveram as maiores quedas na população ocupada. Nos dois estados, o mercado de trabalho sofreu mais com restrições da crise sanitária a atividades intensivas em mão de obra nos setores de comércio e serviços.

Na contramão da maioria das regiões, Acre (2,7%), Roraima (1,4%) e Alagoas (1,4%) foram as
únicas unidades da federação onde houve variação positiva no total de ocupados.

Entre o primeiro trimestre de 2020 e igual intervalo de 2021, a população ocupada caiu 7,1% no
país, ao passar de 92,2 milhões para 85,7 milhões. Ou seja, quase 6,6 milhões de pessoas deixaram o grupo que seguia trabalhando de maneira formal ou informal.

Essa baixa foi puxada pelo comércio, que perdeu 1,6 milhão de vagas, e por alojamento e alimentação, com corte de 1,4 milhão de postos.

“Os setores que puxaram a queda na ocupação fazem parte daqueles em que a interação entre
funcionários e clientes é necessária”, disse o economista Bruno Ottoni, pesquisador da
consultoria IDados. “Outra característica marcante da pandemia é a perda de emprego entre
trabalhadores informais. Muitos deles estão inseridos em comércio e serviços”, acrescenta.

Os dados do IBGE também detalham a natureza formal ou informal das vagas. Nesse tipo de
recorte, entre o primeiro trimestre de 2020 e igual período de 2021, as maiores perdas no Ceará
foram de empregados com carteira no setor privado (-232 mil), trabalhadores por conta própria
sem CNPJ (-107 mil) e domésticos sem carteira (-83 mil).

“Com a pandemia, setores de serviços tiveram uma dificuldade muito grande na geração de receitas. Como um hotel vai gerar receita de forma digital? Até para os restaurantes fica mais complicado, embora tenham investido nesse tipo de atendimento. Essas dificuldades se refletem na demanda por trabalhadores”, sublinha o economista Fabio Bentes, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Após Ceará e Rio de Janeiro, a Bahia teve a terceira maior baixa, em termos percentuais, na população ocupada. No estado, o total de pessoas com trabalho caiu 9,9%, de 5,7 milhões para 5,1 milhões, entre o primeiro trimestre de 2020 e igual período de 2021.

Na sequência, aparecem São Paulo, Rondônia e Pernambuco, com quedas de 8,2%, também maiores do que a baixa na média nacional (-7,1%).

No Acre, a variação positiva de 2,7% levou a população ocupada de 293 mil para 301 mil, conforme o IBGE. O resultado teve impulso da abertura de empregos na administração pública.

Em Roraima (1,4%), a população ocupada foi de 213 mil para 216 mil. Houve aumento de empregos em setores como a construção e em ocupações por conta própria sem CNPJ (informais).


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