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Onze suspeitos de matar presidente do Haiti são presos ao invadirem embaixada de Taiwan

Seguranças encontraram grupo fortemente armado escondido no local e acionaram a polícia; no total, 17 pessoas foram detidas por conexão com o crime.

Polícia mostra armas, documentos e equipamentos que foram usados pelos suspeitos de terem assassinado o presidente Jovenel Moïse. (Foto: Estailove St-Va – 8.jul.21/Reuters)

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores taiwanês, Joanne Ou, disse nesta sexta (9) que os seguranças da representação diplomática perceberam a presença de um grupo armado no pátio do prédio da embaixada de Taiwan no Haiti. O grupo formado por 11 pessoas fortemente armadas foi preso após a invasão. A suspeita é que os detidos tenham participado do assassinato do presidente haitiano, Jovenel Moïse, morto em sua residência na quarta (7) em Porto Príncipe.

“A pedido do governo haitiano e para ajudar na detenção dos suspeitos, a embaixada deu permissão à polícia haitiana para en trar no perímetro da embaixada”, afirmou ela, que chamou os 11 detidos de mercenários.

A embaixada, que fica próxima do local onde Moïse foi assassinado, já tinha sido esvaziada na quarta por questões de segurança e, por isso, não havia ninguém no prédio no momento da invasão, afirmou Ou em entrevista coletiva.

A revelação do caso joga luz na relação entre Porto Príncipe e Taipé. O Haiti é um dos 15 países do mundo que reconhecem Taiwan como um país independente. Isso acontece porque a China se recusa a manter relações diplomáticas com quem reconhece a ilha —que, para Pequim, é uma província rebelde.

“Nesse momento difícil, o governo de Taiwan reitera seu apoio à capacidade do primeiro-ministro interino Claude Joseph em liderar o Haiti durante essa crise e a restaurar a ordem democrática. Taiwan fortemente essa ação violenta e bárbara”, afirmou Ou nesta sexta.

Com a morte do presidente, Joseph assumiu de fato o comando do país e declarou estado de sítio. Há dúvidas, porém, sobre a legitimidade de suas ações, já que o sucessor natural de Moïse seria o presidente da Suprema Corte, mas o cargo está vago desde que seu titular morreu de Covid-19 recentemente.

Para deixar a situação ainda mais delicada, um novo premiê, Ariel Henry, deveria ter assumido o cargo na quarta, mas a transferência de poder acabou sendo cancelada por causa do crime.

Assim, Joseph segue por enquanto no comando e tem afirmado que sua prioridade é encontrar os responsáveis pela morte do presidente.

Com a prisão das 11 pessoas na embaixada, o número de suspeitos presos por envolvimento no caso subiu para 17. O chefe da polícia do Haiti, Leon Charles, afirmou que até o momento, 28 suspeitos de assassinar o presidente foram identificados, sendo 26 colombianos e 2 haitianos-americanos. Ao menos quatro criminosos foram mortos na noite de quarta, durante um confronto com as forças de segurança.

Não foram informados detalhes sobre os 11 detidos na embaixada, ou quais seriam suas nacionalidades.

Os mandantes e as motivações do crime, porém, seguem um mistério.A hipótese dos assassinos serem estrangeiros foi levantada pelo próprio Joseph logo após o crime. Ele disse na quarta que os criminosos foram ouvidos falando em inglês e espanhol, o que indicaria que não são haitianos, já que os idiomas oficiais do país são o francês e o crioulo.

O ministro da Defesa da Colômbia, Diego Molano, afirmou que as informações iniciais sugerem que os 26 colombianos supostamente envolvidos no crime são militares aposentados. ​

Com informações da Folha.


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