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Amazonas

Pandemia: há um ano, Estado do Amazonas registrava primeira morte por Covid-19

Primeiro ano da pandemia no Estado foi marcado por escândalos envolvendo o governador Wilson Lima e falta de oxigênio nas unidades de saúde.

Nesta quarta-feira faz um ano que o Amazonas registrou a primeira morte por Covid-19 no Estado, de Geraldo Sávio, de 49 anos, de Parintins, município que já soma 310 mortos e quase nove mil casos confirmados da doença. Ele contraiu a doença durante um evento de pescadores, na semana passada em Manaus, que reuniu pessoas de vários locais do país. O último Boletim da a FVS informou que o Amazonas já soma 340.785 casos da doença e 11.836 mortes.

No dia do anúncio oficial, a Fundação de Vigilância em Saúde (FVS) registrava 47 casos confirmados da Covid-19 no Estado e o então secretário de Estado de Saúde Rodrigo Tobias informava que havia cerca de 550 leitos de UTI, entre adultos e pediátricos, sendo, 383 em unidades da rede pública.

Ao ser questionado sobre a falta de UTI no interior do Amazonas, o então secretário informou que não era “problema nenhum”. “De fato o interior do estado não tem estrutura de UTI, mas isso não é um problema de estrutura. Isso é um problema de falta de profissionais de alta especialidade distribuídos no interior. Isso para nós não é nenhum problema”, declarou.

No último dia 13 de março, fez um ano que o governo do Amazonas confirmou o primeiro caso de Covid-19 no Estado. Os números oficiais da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS) somavam 328,8 mil casos da doença e 11,4 mil mortos, sendo mais da metade apenas nos primeiros meses de 2021.
Quando anunciou o primeiro caso, o governo do Estado informou que a rede de assistência estava preparada e que “todas as medidas de vigilância e de preparação da rede de assistência, na capital e no interior, que já tinham sido adotadas” e “foram revisadas e aprovadas pelo Ministério da Saúde (MS)”.

O secretário Tobias foi substituído. Assumiu o cargo Simone Papaiz que, em junho, foi presa na Operação Sangria, deflagrada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal (MPF), suspeita de participar da fraude e desvios na compra dos respiradores. O governador Wilson Lima (PSC), foi alvo de buscas e teve bens bloqueados pela mesma operação.

A Procuradoria Geral da República (PGR) afirmou que Wilson Lima tinha “domínio completo” de esquema que superfaturou a compra de respiradores mecânicos destinados a pacientes vítimas da Covid-19. Segundo a PGR, ele detinha “domínio completo e final” das ações que levaram ao superfaturamento e que exercia o comando do grupo a partir dos “bastidores”. A Polícia Federal chegou a pedir a prisão do governador, mas o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Francisco Falcão negou o pedido.

Segundo a PGR, o superfaturamento foi praticado por uma organização criminosa instalada dentro do governo do Amazonas sob o comando de Wilson Lima. “Com efeito, como apontado desde o início da apuração, os fatos ilícitos investigados têm sido praticados sob o comando e orientação do governo do estado do Amazonas, Wilson Miranda Lima, o qual detém domínio completo e final não apenas dos fatos relativos à aquisição de respiradores para enfrentamento da pandemia, mas também de todas as demais ações governamentais relacionadas à questão no bojo das quais atos ilícitos têm sido praticados”, diz um trecho da representação feita pela PGR junto ao STJ.

A Assembleia Legislativa do Estado (ALE) instaurou uma Comissão parlamentar de Inquérito (CPI), que constatou que a empresa que a empresa que vendeu os ventiladores pulmonares superfaturados era do marido da então secretária de Estado de Comunicação.

Em agosto de 2020, a ALE, com o apoio da bancada governista, arquivou um pedido de impeachment contra  Wilson Lima e seu vice, Carlos Almeida Filho (PTB). A decisão foi aprovada por 12 votos a 6. Outros 5 deputados se abstiveram. Lima e Almeida filho foram investigados por denúncia de crime de responsabilidade e improbidade administrativa envolvendo o uso de recursos públicos para fraudes em contratos da Saúde firmados durante a pandemia da Covid-19.

Wilson Lima teve o maior orçamento da história do Amazonas no primeiro ano da pandemia


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