Amazonas
Ministro admite colapso em Manaus e diz que prioridade é entregar oxigênio
Estamos trabalhando para entregar mais oxigênio [no estado] e atender [as pessoas internadas] em UTI”, disse Pazzuelo.
O ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, admitiu hoje que Manaus vive um colapso no atendimento de saúde. A declaração foi dada durante live semanal do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
“Manaus teve o pior momento da pandemia em abril do ano passado. Houve um colapso no atendimento, que foi revertido. Agora, estamos novamente numa situação extremamente grave em Manaus. Considero que sim, há um colapso no atendimento de saúde em Manaus, a fila para leitos cresce bastante, estamos hoje com 480 pessoas na fila”, disse.
Ele também citou a falta de oxigênio para tratamento de casos da covid-19. “Há uma realidade de diminuição na oferta de oxigênio. Estamos trabalhando para entregar mais oxigênio [no estado] e atender [as pessoas internadas] em UTI”.
Segundo Pazuello, o Amazonas enfrenta problemas com a falta de recursos humanos, infraestrutura e equipamentos. “O colapso se caracteriza por não poder atender a fila, além de uma letalidade bastante alta. Estamos apoiando [o estado] em todos os aspectos: na ponte aérea, fluvial e terrestre. Agora, estamos começando a remoção de pacientes de menor gravidade para diminuir o impacto”.
Situação do Amazonas
À beira de um colapso na saúde, o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), pediu ajuda do governo federal e dos outros Estados para ampliar o fornecimento de oxigênio líquido para a rede estadual.
Segundo ele, a situação na atual fase da pandemia da covid-19 está “dramática” após o consumo passar de passou de 176 mil para 850 mil metros cúbicos por mês.
“Nos últimos dois meses, saímos de 457 para 1.164 leitos. Isso ocasionou um aumento do consumo de oxigênio líquido nas unidades de saúde do estado, que passou de 176 mil para 850 mil metros cúbicos por mês. Hoje, as empresas que fornecem oxigênio para o estado não conseguem surprir essa demanda”, afirmou Lima, em post no Instagram.
Hoje, o governador Lima anunciou que o Amazonas vai transferir pacientes de covid-19 para outros estados, além de decretar toque de recolher a partir das 19h até as 6h —o objetivo é conter a disseminação do coronavírus no estado.
É a segunda vez em oito meses que o sistema de saúde do Amazonas apresenta falhas por causa da alta de casos e mortes provocados pela covid-19. Após as festas de fim de ano, houve um aumento também no número de enterros.
Sepultamentos batem recorde
Em um mês, o número de sepultamentos em Manaus cresceu 193% em meio à explosão do número de infectados pelo coronavírus no Amazonas. No dia 6 de dezembro, por exemplo, foram registrados 31 enterros na capital, número que subiu para 91 na última terça-feira, 5.
Na quarta-feira, foram 110 mortes por covid-19 entre as causas de óbitos no total de sepultamentos nos cemitérios de Manaus, superando a marca das cem mortes por coronavírus registrada em maio de 2020.
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