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Manaus

Dramaturgo amazonense Francisco Carlos, autor de ‘Jaguar Cibernético’, morre aos 63 anos

O corpo do artista, encontrado morto na casa de uma amiga no Rio de Janeiro, será levado a Manaus; Carlos, que em suas obras retratava figuras mitológicas da cultura brasileira, dirigiu mais de 40 peças, shows e óperas.

Morreu na última quinta-feira (17) o dramaturgo e diretor amazonense Francisco Carlos, aos 63 anos, no Rio de Janeiro. A morte foi confirmada por sua amiga Majeca Angelucci, atriz, de 53 anos. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

O artista foi encontrado morto na manhã desta sexta-feira (18) na casa de Roberta Salgado, onde estava morando temporariamente. O filho de Salgado, César Oticica, de 52 anos, diz que a suspeita é de um infarto fulminante.

Carlos já dirigiu mais de 40 peças de sua autoria — que inclui textos como “Banana Mecânica”, “Namorados da Catedral Bêbada” e a sua chamada tetralogia canibal, “Jaguar Cibernético”— além de shows e óperas. Ele também foi destaque da 20ª edição do Festival de Teatro de Curitiba, um dos maiores eventos do setor no País.

O artista, que era formado em filosofia pela Universidade do Amazonas, ficou conhecido por retratar em suas obras figuras mitológicas da cultura brasileira, sobretudo de povos indígenas, e embates entre diferentes etnias.

“Meu teatro representa aquele que não é o eu, o ego, branco, ocidental, normal. Eu uso a arte para apresentar o outro”, disse Carlos em entrevista à Folha, em 2011.

“A obra dele é algo monumental. Além de dramaturgo, era escritor e pesquisador”, diz Angelucci. “Eu fui curadora de várias mostras que ele participou e posso dizer que quando o conheci fiquei inacreditada com todo aquele talento.”

O amazonense deixa uma irmã e uma sobrinha. Seu corpo será levado a Manaus, no Amazonas, para ser velado pelos familiares, informou Oticica.


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