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Manaus

Projeto da Unicef e parceiros reforça cidadania e prevenção à Covid-19 para crianças e adolescentes venezuelanos

As aulas realizadas às terças e quintas-feiras, em ambiente virtual, são direcionadas aos jovens migrantes e refugiados que vivem em casas de acolhimento e abrigos administrados pela Prefeitura de Manaus.

O projeto “Língua, cultura e tecnologia na promoção da cidadania e no combate à Covid-19: acolhimento de venezuelanos refugiados em Manaus” dará continuidade, nesta quinta-feira (5), à promoção da cidadania e de combate à Covid-19 por meio do acolhimento virtual a crianças e adolescentes venezuelanos.

A parceria ocorre entre a Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Secretaria Municipal de Educação (Semed), Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e Aldeias Infantis SOS. As aulas estão previstas às terças e quintas-feiras, com pelo menos uma hora de duração, até fevereiro de 2021.

“Durante esse período, espera-se que meninos e meninas já estejam rearticulados na rede pública municipal ou estadual e possam frequentar as aulas presencialmente”, explica Sidney Vasconcelos, oficial de educação no escritório do Unicef em Manaus.

Os irmãos Dionny, 12, e Rudilia Borjas, 17, participaram da aula inaugural ocorrida na terça-feira (3). Eles estão no Brasil há um ano e interagiram com as atividades sobre o tema Covid-19. “Eu aprendi muito, principalmente, sobre as prevenções relacionadas ao vírus e pretendo compartilhar com minha família”, explica Dionny.

Já Rudila garante que ela e o irmão estarão presentes nos próximos encontros por apreciarem a maneira como as aulas são disponibilizadas. “Na escola, eu gosto de Português, e essa oportunidade vai nos ajudar a conhecer mais sobre a língua. Gostamos também do uso do tablet e da internet, pois facilitou na interação com os professores”, garante Rudilia.

A iniciativa é direcionada a crianças e adolescentes migrantes e refugiados que vivem em casas de acolhimento e abrigos geridos pela gestão municipal de Manaus. Nesses espaços, residem cerca de 100 famílias venezuelanas indígenas e não-indígenas que vieram ao Brasil em busca de melhores condições de vida.

As aulas são temáticas e abordam aspectos linguísticos relacionados à língua portuguesa, idioma de acolhimento das famílias em situação de refúgio; bem como, à língua espanhola, idioma falado no país de origem. Além disso, aspectos culturais relacionados à música, à literatura, aos costumes e às crenças do Brasil, com especial atenção à cultura amazonense, serão trabalhados durante os encontros.

“Por meio das parcerias foi possível realizar os encontros virtuais para abordar temáticas de interesse como o combate à Covid-19, atividades esportivas, culturais (dança, folclore, culinária, etc.) e alimentação saudável. Esse conteúdo é aproveitado pelas crianças e adolescentes para o processo de integração nas escolas da rede municipal ou estadual de ensino. Essa é uma maneira ainda de fortalecer o processo de aprendizado da língua portuguesa como a integração da cultura brasileira e venezuelana”, explica Wagner Barros, professor da Ufam.

Os aspectos pertinentes à convivência, à integração cultural e à interação escolar são abordados, de forma a preparar crianças e adolescentes para o ingresso no contexto escolar público manauara como explica Sandra Lineia Damasceno, assessora técnica da Semed.

“Estamos buscando estratégias para que esses alunos sintam o mínimo de impacto durante seu percurso escolar, já que o Brasil tem características diferentes do ensino regular daquelas aplicadas nas escolas venezuelanas. Ensinar o Português a eles é um demonstrativo de acolhimento, uma maneira de que o aluno se sinta integrado. E são por meio dessas parceiras que fazemos que as possibilidades se tornem realidade”, salienta Sandra.


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