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Cerca de 100 manifestantes são presos em novo dia de protestos na Bielo-Rússia

As manifestações deste domingo (6) na capital Minsk marcaram o quarto fim de semana seguido contra a reeleição do presidente Alexander Lukashenko; há 26 anos no poder, ele é acusado de fraude nas eleições.

Manifestantes foram às ruas novamente em Minsk, capital da Bielo-Rússia, neste domingo (6), no quarto fim de semana seguido de protestos contra a reeleição do presidente Alexander Lukashenko. Apesar da chuva, estima-se que o número de participantes chegou perto dos cem mil. As informações são das agências EFE, NYT e Reuters, com publicação pelo jornal O Estado de S.Paulo.

No poder há 26 anos, Lukashenko tem enfrentado protestos desde as controversas eleições presidenciais realizadas no país em 9 de agosto. Ele afirma ter sido reeleito com 80% dos votos, o que é contestado pela oposição, que alega ter ocorrido fraude.

Neste domingo, autoridades colocaram arame farpado nas ruas e mobilizaram veículos militares, vans de prisioneiros, canhões de água, policiais de choque com capacete e outros agentes à paisana com máscaras e cassetetes para tentar conter as manifestações. Ruas foram bloqueadas e estações de metrô foram fechadas.

Pelo menos 100 pessoas foram detidas, informou a agência russa Interfax, de acordo com o Ministério do Interior da Bielo-Rússia. Outras fontes dizem que os números são ainda maiores: segundo a ONG de direitos humanos Viasna, foram cerca de 250 presos no país, dos quais cerca de 170 na capital. O grupo Spring-96 também afirma que o número de manifestantes detidos passa de 200.

Imagens do veículo bielorusso TUT.BY mostraram um homem mascarado espancando um manifestante enquanto ele estava deitado no chão. Policiais à paisana foram vistos quebrando a porta de vidro de um café para atingir participantes do protesto que se abrigavam lá dentro. Segundo a imprensa local, algumas pessoas chegaram a pular no rio Svislach para fugir da polícia.

Segundo testemunhas, o tratamento mais duro dispensado aos manifestantes pareceu marcar uma escalada por parte das autoridades após semanas de reação moderada, embora a violência não tenha sido tão generalizada e indiscriminada como nos primeiros dias de protestos.

O ministro do Interior, Yuri Karayev, defendeu as ações das forças de segurança. “Eles falam sobre a brutalidade da polícia bielorrussa e eu quero dizer o seguinte: não há policiais mais humanos, contidos e frios em nenhum lugar do mundo”, afirmou o ministro à agência oficial de notícias Belta.

Também foram registrados protestos menores em Brest, uma cidade no oeste na fronteira com a Polônia; Grodno, no noroeste; Gomel, no sudeste, próxima à Rússia; e várias outras cidades.

O número de manifestantes em Minsk e em outros lugares deu peso a uma afirmação de Svetlana Tikhanovskaya, principal rival de Lukashenko na eleição de 9 de agosto, que disse que “é impossível forçar o povo a recuar” e que o movimento “chegou a um ponto sem volta”.

Nos últimos dias, Lukashenko procurou obter o apoio do presidente russo Vladimir Putin, com quem sempre manteve relações difíceis. Putin anunciou no final do mês passado que havia formado uma força de segurança pronta para agir na Bielo-Rússia se “a situação sair do controle”.


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