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OMS não recomendará vacina russa contra a Covid-19 por falta de resultados comprovados

A Organização Mundial de Saúde ainda não recebeu do governo da Rússia informações técnicas sobre a fórmula que registrou e pretende começar a utilizar ainda neste mês.

Sem os resultados de ensaios clínicos das fases 1, 2 e 3, a Organização Mundial da Saúde (OMS) não recomendará a vacina russa, afirmou nesta terça-feira (11) Jarbas Barbosa da Silva Jr., diretor-assistente da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde). As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

Segundo ele, a OMS ainda não recebeu do governo russo informações técnicas sobre a vacina que registrou e pretende começar a utilizar ainda neste mês. A organização está em contato com as autoridades russas para discutir procedimentos de pré-qualificação.

“Uma vacina só pode ser aplicada em qualquer lugar do mundo depois que realizar os ensaios clínicos das fases 1, 2 e 3 e comprovar sua segurança e sua eficácia”, disse o diretor.

Em acompanhamento feito pela OMS sobre as dezenas de vacinas atualmente em desenvolvimento, aparecem resultados apenas para a fase 1 do produto russo. Segundo Barbosa da Silva, além de concluir os ensaios, eles precisam ser analisados pelas autoridades regulatórias dos países em que a vacina pretende ser comercializada.

O diretor da Opas afirmou que a OMS só pode pré-qualificar e recomendar qualquer produto e adquiri-lo por meio do fundo rotativo de vacinas depois de analisar todos os dados. “Numa emergência de saúde pública há processos para uma uma avaliação mais rápida, mas apenas com a garantia de eficácia e segurança”, afirmou Barbosa da Silva.

Segundo ele, o anúncio do estado do Paraná de que fez acordo para produzir a vacina russa mostra uma intenção relevante, mas, na prática, terá efeito apenas depois que os ensaios clínicos foram analisados.

“O esforço de buscar aumentar a capacidade de produção para uma futura vacina é importante, mas qualquer vacina ou produtor tem que seguir essa metodologia, e além da segurança informar o grau de eficácia. Não existe vacina 100% eficaz para nada”, afirmou.


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