Amazonas
CPI da Pandemia: ex-secretário fica em silêncio sobre de onde vem ‘força’ de Pollake no governo
Rodrigo Tobias disse que assessora até então desconhecida de Wilson Lima articulou pela implantação projeto Anjos da Saúde, no valor de R$ 6 milhões, para atendimento social a pacientes em hospitais do Amazonas.
O ex-secretário de Saúde do Amazonas, Rodrigo Tobias, exerceu o direito de ficar em silêncio, na CPI da Pandemia, quando foi perguntado sobre de onde vem a força de Carla Pollake da Silva, pessoa que segundo ele, articulou pela implantação projeto Anjos da Saúde, no valor de R$ 6 milhões, para atendimento social a pacientes em hospitais do Amazonas.
O programa utiliza recursos da Secretaria de Saúde (Susam) e é executado pela Agência Amazonense de Desenvolvimento Econômico e Social (Aades). Tobias disse que o projeto não foi criado dentro da Susam. Para os deputados da CPI, com exceção de Dr. Gomes, houve interferência de uma pessoa que não tem nenhum cargo no governo para a implantação do projeto, para atendimento a pacientes de Covid-19.
A ex-secretária de Saúde da Capital, Dayana Mejia de Souza, disse que há vários pontos críticos no projeto que já recebeu R$ 2,5 milhões, segundo o deputado Wilker Barreto (Podemos).
Tobias também disse, em depoimento, hoje, que fez críticas ao projeto que foi implantado logo após sua exoneração, pela substituta, a secretária Simone Papaiz. Para os deputados, R$ 6 milhões é muito dinheiro e a presença de Carla Pollake “incomoda”, segundo o deputado Serafim Corrêa (PSB).
Os deputados querem saber quem está por trás do poder de Carla Pollake, quem lhe deu autoridade para, inclusive, determinar prioridades em projetos a secretários de Estado.
Antes, Tobias já havia informado à CPI sobre interferência em outro programa, ainda no Carnaval de 2020, que não foi criado nem discutido na Susam. Para Tobias, o Anjos da Saúde foi uma das interferências que ele considerou ao decidir pelo pedido de exoneração, mesmo concordando com o objetivo do programa para atendimento de pacientes na rede estadual de saúde.
Tobias disse que o programa tinha pendências que ele pediu para que fossem corrigidas. Sobre de quem partiu a ordem para a implantação do programa, disse que foram “ordens governamentais”.
O deputado Serafim lembrou que o ‘Anjos da Saúde’ foi lançado no dia seguinte à posse de Simone Papaiz que apareceu em uma fotografia ao lado de Pollake, em frente ao Hospital Delphina Aziz. E perguntou se Tobias sabia que quem concebeu o programa.
O ex-secretário confirmou que quem pedia pelo programa era Carla Pollake e que a ingerência foi um dos motivos para sua saída. Disse que não foi convidado para discutir o programa e que algumas vezes ficou constrangido na condição de gestor, mas não sabia de detalhes sobre ligações de Pollake com o governador Wilson Lima.
Quando confrontado com o fato de atender telefonema de Pollake e de onde vinha a ordem para atender seus pedidos, Tobias disse que não faria inferências e decidiu ficar calado. Os deputados insistiram em saber como ele atendia pedido de uma desconhecida e de onde vinha tamanha força de Pollake, já que, para eles, uma pessoas estranha deveria ter alguma recomendação superior e os argumentos de Tobias subestimavam a inteligência dos membros da CPI.
Ao longo do depoimento, Tobias disse que não via irregularidades nos contratos de compra dos ventiladores pulmonares da Fjap e Cia Ltda. e do aluguel do Hospital Nilton Lins e outros serviços para o hospital, sempre destacando que foram feitos após sua exoneração da Susam. Também negou que tenha participado das decisões finais da compra e pagamento “superfaturado” dos ventiladores pulmonares que acabou ocorrendo após sua exoneração.
Tobias disse que participou da escolha do Hospital Nilton Lins, que considerou ser o mais apropriado para o momento da pandemia e mais barato para o Estado, mas que não fez o processo administrativo que inicialmente dispensava a licitação e depois foi feito com ato indenizatório, segundo os membros da CPI.
A CPI informou que já constatou 16 contratos indenizatórios para o combate à Pandemia de Covid-19, incluindo um de limpeza com preço praticamente igual ao do aluguel do Hospital Nilton Lins, de médicos intensivistas de R$ 30 mil por dia e de UTI Aérea, todos com superfaturamento ou sobrepreço.
Veja o vídeo do depoimento:
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