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Ela é a 1ª pilota brasileira a se tornar comandante do maior avião do mundo

Nos últimos anos, Karina atuava como copilota do A380. Mas ela já havia sido comandante de outras aeronaves.

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Karina Buchalla Lutkus é a primeira pilota brasileira a chegar ao título de comandante do A380, o maior avião comercial do mundo. A aviadora de 46 anos realizou pela Emirates o seu voo final de cheque —que confirmou sua competência para a nova função— no último dia 27, informou a Amab (Associação das Mulheres Aviadoras do Brasil).

Para a entidade, a pilota é um “símbolo de força e competência” de todas as mulheres que “sonham em voar cada vez mais alto”.

O feito também foi comemorado pela Airbus, fabricante do A380. “O maior avião de passageiros do mundo está em ótimas mãos! Parabéns à comandante Karina pela conquista e por inspirar novas gerações”, escreveu a empresa em uma publicação no Instagram.

Nos últimos anos, Karina atuava como copilota do A380. Mas ela já havia sido comandante de outras aeronaves.

Talento precoce para as alturas

Filha de um comandante aposentado da Varig, Karina sonhava em seguir os passos —ou melhor, os voos— do pai desde criança, contou ao portal iG em 2012. “Desde pequena sempre me senti melhor dentro de avião que em qualquer outro lugar. Sabia que era isso que eu queria”, disse. Sua carreira na aviação começou cedo, aos 16 anos, voando em aviões particulares e realizando táxi aéreo.

Mas ela enfrentou preconceitos para chegar às grandes companhias. “Demorei muito para conseguir emprego. Trabalhava de graça em aviações pequenas porque ninguém queria me dar emprego. Algumas empresas menores não aceitavam mulheres com medo de que poderiam engravidar, por exemplo”, revelou na mesma entrevista ao iG.

Pouco antes de completar 25 anos, ela entrou para os quadros da TAM (hoje Latam). Karina foi copilota de voos nacionais e internacionais da empresa com aeronaves Fokker-100 (para 108 passageiros), A319 (144 passageiros), A320 (174 passageiros) e A330 (213 passageiros). Ela também conciliou as rotas no exterior com a faculdade de aviação civil na Academia de Serviços da TAM, que oferecia o curso em parceria com uma universidade, na época.

Com seis anos de empresa, tornou-se comandante dos voos nacionais. Os passageiros se surpreendiam ao descobrir que era ela quem conduzia a viagem.

“A reação é engraçada. No fim do voo, quando me despeço dos passageiros na porta da aeronave, é comum pedidos de fotos comigo. As passageiras me cumprimentam e se dizem orgulhosas. Os homens também me parabenizam, mas alguns completam com comentários, como: ‘Comecei o voo com medo, mas adorei. Parabéns. Voaria de novo'”, contou ao jornal O Globo em 2010.

Karina passou quase 15 anos na TAM —já Latam quando ela deixou a companhia em março de 2019. Naquele ano, ela se transferiu para a Emirates, voando a partir do Oriente Médio, contou em palestra no Imecc (Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica) da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), em 2023.

No entanto, com a chegada da pandemia, ela perdeu o emprego na companhia e voltou ao Brasil. Karina também chegou a atuar como instrutora de simulador de voo, mas logo voltou ao time da Emirates.

O gigante de Karina

O A380 tem capacidade para até 853 passageiros. Criado para rivalizar com o lendário Boeing 747, o “superjumbo” era desde o início um projeto ambicioso de engenharia.

O primeiro avião do modelo fez seu voo inaugural em 2005, mas sua produção foi encerrada pela Airbus em 2021. Isso porque, com o tempo, poucas empresas tinham infraestrutura para operá-lo com eficiência e menos ainda conseguiam lotar seus assentos com regularidade. No entanto, o modelo segue em operação em algumas companhias, a principal delas a Emirates, que se tornou quase sinônimo da aeronave gigante e luxuosa.

 


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