Conecte-se conosco

Amazonas

Operação ‘Xapiri Wahanararai’ desmonta rede de garimpo ilegal em rios do Amazonas

A operação “Xapiri Wahanararai” teve como objetivo reprimir o avanço do garimpo ilegal de ouro sobre áreas de comunidades indígenas e não indígenas.

operacao-articulada-pela-funai

A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) informou que uma operação deflagrada entre 25 de setembro e 8 de outubro, desarticulou estruturas de garimpo ilegal que vinham operando em diversos pontos estratégicos dos rios Solimões, Içá, Puretê e Jandiatuba, no estado do Amazonas (AM). A ação foi conduzida de forma conjunta pela Funai, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Exército Brasileiro e Polícia Federal.

A operação “Xapiri Wahanararai” teve como objetivo reprimir o avanço do garimpo ilegal de ouro sobre áreas de comunidades indígenas e não indígenas nos municípios de São Paulo de Olivença, Amaturá e Santo Antônio do Içá. Entre outras ações, o planejamento foi baseado em levantamentos de campo e imagens de satélite, permitindo a identificação de diversos pontos de exploração clandestina.

Durante a ação, várias estruturas de garimpo foram destruídas, incluindo dragas do tipo “balsinha”, motores utilizados para a extração de ouro, além de embarcações e barracos que serviam como apoio logístico aos criminosos. Também foram inutilizadas calhas de garimpo, equipamentos de bombeamento e grandes quantidades de óleo diesel empregado como combustível. Muitas das dragas foram localizadas escondidas nos furos dos rios, o que demonstra a estratégia dos grupos criminosos de dispersar equipamentos para dificultar a fiscalização.

Além da atuação nos rios Solimões, Içá e Puretê, as equipes realizaram ações de fiscalização também no Rio Jandiatuba, ampliando a área de cobertura da operação para as Terras Indígenas (TIs) Éware I e Éware II, contribuindo para a proteção dos direitos de mais de 3 mil indígenas dos povos Tikuna, Kokama e Kambeba.

Para Ildinei Tomas do Carmo, da Coordenação Regional Alto Rio Solimões (CR-AS), “esse tipo de operação é fundamental para manter o meio ambiente preservado e dar resposta imediata aos indígenas e não indígenas que constantemente estão denunciando essas práticas criminosas”.

A operação integra um conjunto de ações estratégicas do Governo Federal de combate ao garimpo ilegal em áreas sensíveis da Amazônia, especialmente em trechos próximos a terras indígenas e comunidades ribeirinhas. A destruição das estruturas e equipamentos visa enfraquecer a logística criminosa, conter a expansão da atividade ilegal e proteger o meio ambiente e os territórios tradicionais.

Segundo a funai, a região do Alto Solimões possui alta relevância socioambiental, com territórios indígenas, comunidades ribeirinhas e áreas de florestas preservadas. O avanço do garimpo ilegal ameaça diretamente a qualidade da água, a biodiversidade local e os modos de vida tradicionais. Ações desse tipo são consideradas estratégicas para conter a degradação ambiental e desestruturar financeiramente as redes criminosas que atuam na Amazônia.

O apoio logístico foi assegurado por diversos órgãos do governo, como Exército Brasileiro e Funai. O Ibama atuou no fornecimento de mapas detalhados, bem como na realização de voos periódicos com drones para monitorar áreas de difícil acesso. A Polícia Federal teve uma atuação direta na fiscalização, garantindo a segurança operacional e promovendo o intercâmbio de informações com os demais órgãos.

Segundo a Funai, todos os órgãos participantes colaboraram com informações que subsidiaram o planejamento operacional.

Essa atuação conjunta fortalece a capacidade de resposta do Estado, ampliando a eficiência das ações de repressão ao garimpo ilegal na região.

Alto Rio Solimões

A Coordenação Regional Alto Solimões está localizada no município de Tabatinga (AM) e atua junto aos povos indígenas das etnias Ticuna, Kokama, Kambeba, Caixana, Kanamari, Witota, Katukina, Madja-Kulina, Mura, Makuna, Maku-Yuhup/Maku-Nadeb, Ava-Canoeiro, Miranha, Mayuruna, Sateré–Mawé, Desana, Tukano e Tuyuka. Criada em 2009, a unidade é responsável por coordenar e monitorar a implementação de ações de proteção e promoção dos direitos de povos indígenas na região do Alto Solimões, no estado do Amazonas.

A área de atuação da CR Alto Solimões abrange os municípios de Benjamin Constant (AM), Tabatinga (AM), São Paulo de Olivença (AM), Amaturá (AM), Santo Antonio do Içá (AM), Tonantins (AM), Jutaí (AM), Fonte Boa (AM), Uarini (AM), Alvarães (AM), Tefé (AM), Maraã (AM), Japurá (AM), Juruá (AM) e Carauari (AM), onde vivem aproximadamente 85 mil indígenas.


Clique para comentar

Faça um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

5 × 4 =