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Três motivos levaram María Corina, da Venezuela, a vencer Nobel da Paz; entenda
Na primeira declaração direta após receber o Nobel da Paz de 2025 nesta sexta-feira (10), a líder da oposição venezuelana María Corina Machado dedicou a premiação ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e ao povo venezuelano.

Em sua decisão de conceder o Prêmio Nobel da Paz a María Corina Machado, o Comitê Nobel disse que a líder da oposição venezuelana trabalha “incansavelmente” pela democracia e atende aos três requisitos para o prêmio estabelecidos pelo próprio Alfred Nobel. A vencedora do Nobel da Paz foi indicada ao prêmio por um grupo de senadores e deputados do Partido Republicano dos Estados Unidos, em 2024. Entre eles, Marco Rubio, atual secretário de Estado de Donald Trump.
Na primeira declaração direta após receber o Nobel da Paz de 2025 nesta sexta-feira (10), a líder da oposição venezuelana María Corina Machado dedicou a premiação ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e ao povo venezuelano.
Corina também afirmou que a premiação é um “impulso para concluir nossa tarefa” de derrubar o regime de Nicolás Maduro.
“Eu dedico este prêmio ao sofrimento do povo venezuelano e ao presidente Trump por seu apoio decisivo à nossa causa!”, escreveu Corina em suas redes sociais após o anúncio da premiação. Machado, juntamente com o então candidato à presidência Edmundo González Urrutia, liderou a campanha da oposição para as eleições presidenciais de julho de 2024 na Venezuela. O regime de Nicolás Maduro alegou que o presidente havia sido reeleito naquela votação, mas a oposição apresentou registros de votação que indicavam o contrário.
Desde então, María Corina Machado vive escondida por medo de ser presa.
“Machado demonstrou que as ferramentas da democracia também são ferramentas da paz. Ela personifica a esperança por um futuro diferente, no qual os direitos fundamentais dos cidadãos sejam respeitados e suas vozes ouvidas”, afirmou o Comitê.
Veja os três motivos que levaram María Corina a vencer o Nobel da Paz:
Oposição unida
Por um lado, Machado “uniu a oposição de seu país”, afirmou o Comitê em seu comunicado.
“Machado tem sido uma figura-chave e unificadora em uma oposição política que antes estava profundamente dividida, uma oposição que encontrou um ponto em comum na demanda por eleições livres e governo representativo”, afirmou.
“É precisamente isso que está no cerne da democracia: nosso desejo compartilhado de defender os princípios do governo popular, mesmo quando discordamos. Em um momento em que a democracia está ameaçada, é mais importante do que nunca defender esse ponto em comum”, acrescentou o comunicado.
Resistência à militarização
Em segundo lugar, de acordo com o Comitê Nobel, Machado “nunca desistiu de sua resistência à militarização da sociedade venezuelana”. “O regime autoritário da Venezuela torna o trabalho político extremamente difícil. Como fundadora da Súmate, uma organização dedicada ao desenvolvimento democrático, Machado defende eleições livres e justas há mais de 20 anos. Como ela mesma disse: ‘É uma escolha entre votos ou balas’.” Em cargos políticos e por meio de seu serviço a organizações desde então, Machado defendeu a independência judicial, os direitos humanos e a representação popular. Ela passou anos lutando pela liberdade do povo venezuelano”, explica o comunicado.
Apoio a uma transição democrática
Por fim, o Comitê concluiu que Machado foi “consistente em seu apoio a uma transição democrática”.
“Antes das eleições de 2024, Machado era candidata presidencial da oposição, mas o regime bloqueou sua candidatura. Ela então apoiou o representante de outro partido, Edmundo González Urrutia, na eleição. Centenas de milhares de voluntários se mobilizaram, independentemente de suas posições políticas. Eles foram treinados como observadores para garantir eleições transparentes e justas. Apesar do risco de assédio, detenção e tortura, cidadãos de todo o país monitoraram as seções eleitorais. Eles garantiram que os resultados finais fossem documentados antes que o regime pudesse destruir as cédulas e mentir sobre o resultado”, disse o Comitê.
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