Amazonas
Empresária diz à CPI que FJAP comprou respiradores em Manaus e vendeu mais caro para a Susam
A FJAP Cia. Ltda. não importou, mas comprou em Manaus, por R$ 87 mil e R$ 98 mil, e logo em seguida vendeu para o governo do Amazonas, por R$ 104 mil e R$ 117 mil, respectivamente.
A FJAP Cia. Ltda. não importou, mas comprou em Manaus, por R$ 87 mil e R$ 98 mil, e logo em seguida vendeu para o governo do Amazonas, por R$ 104 mil e R$ 117 mil, respectivamente, com lucros de 19% , 28 ventiladores pulmonares, segundo constatação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE) que investiga os gastos do governo do Estado no período da pandemia de Covid-19.
A constatação foi feita nesta sexta-feira, com o depoimento da empresária Luciane Vargas de Andrade, sócia proprietária da empresa Sonoar, que chegou a oferecer os equipamentos para a Secretaria de Saúde (Susam), e foi procurada pela FJAP, que fez uma proposta à vista e comprou os respiradores para revender ao governo.
Sob juramento de dizer a verdade, Luciana Andrade, que é fisioterapeuta especializada em tratamentos respiratórios, disse que a Sonoar foi contatada pelo setor de compras da Susam, primeiro para uma cotação de aluguel de equipamentos. Como não tinha os respiradores mecânicos para aluguel, não apresentou propostas.
A empresária informou que, depois, recebeu outra proposta de cotação da Susam para compra. Apresentou uma proposta que foi suspensa, disse, porque os EUA proibiram a exportação de ventiladores pulmonares. Apos fazer novo levantamento com distribuidores no Brasil, apresentou da proposta de 28 aparelhos de Stellar, de R$ de 88 mil, e 4 aparelhos Phillips, de R$ 98 mil cada um. E que ainda ofereceu um desconto de R$ 1 mil nos respiradores mais baratos.
Segundo o depoimento, antes da Susam responder se haveria o processo de dispensa de licitação, foi procurada pelo dono da FJAP, Fabio Passos, que fez a proposta de compra, com pagamento à vista de R$ 2.504.000. Depois, soube pela imprensa que os mesmos aparelhos foram vendidos para o governo. O valor da venda foi de R$ 2.976.000, com uma diferença total de R$ 472 mil.
As informações contrariam a nota do Governo do Estado afirmando que a compra trouxe economia e agilidade para o Estado, “pois os preços dos equipamentos adquiridos ficaram bem abaixo do mercado, levando-se em consideração que neste (naquele) momento de crise todos os preços de ventiladores e insumos estão muito acima dos praticados antes da pandemia”.
Investigação
A coluna Radar, da Revista Veja, informou, nesta sexta-feira, que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) já autorizou duas operações solicitadas pela Procuradoria-Geral da República para apurar corrupção em contratos da pandemia nos estados. Os próximos alvos, segundo investigadores ouvidos pelo Radar, serão o governador do Amazonas, Wilson Lima, e o chefe de Santa Catarina, Carlos Moisés.
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