Tarifaço de Trump faz cachaça sumir do mercado americano e setor pede ajuda, diz Ibrac

Pequenos produtores enfrentam dificuldades no mercado americano devido ao tarifaço de 50% imposto por Donald Trump, resultando em cancelamento de pedidos e paralisação nas vendas. Os Estados Unidos, sendo o terceiro maior importador de cachaça brasileira, têm um histórico de pagamentos mais altos pela aguardente, o que torna o mercado ainda mais significativo para os exportadores.

Números e indicadores do caso

O Ibrac (Instituto Brasileiro da Cachaça) revela que as vendas para os EUA têm um valor 96% superior à média global. Em 2024, os EUA importaram 824 mil litros de cachaça, movimentando cerca de US$ 3,6 milhões, o que é considerado uma pequena fração do que o setor produz. Katia Alves Espírito Santo, proprietária da Cachaça da Quinta, destaca que 50% de sua produção é destinada ao mercado americano, o que torna a situação ainda mais crítica.

Situação atual do setor

A situação foi comunicada ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que está analisando possíveis medidas para apoiar as empresas afetadas. O diretor-executivo do Ibrac alertou que a sobretaxa pode reduzir o faturamento com exportações em 12%, enquanto as vendas para os americanos devem cair em pelo menos 6%. Além disso, a competitividade da cachaça no mercado americano se torna desafiadora frente a outras bebidas alcoólicas.

Medidas de apoio e futuro do mercado

Para mitigar os efeitos da tarifa, Katia Alves recorreu ao crédito do Programa Brasil Soberano, que disponibiliza R$ 30 bilhões do Fundo Garantidor de Exportações (FGE) e R$ 10 bilhões do BNDES. A baixa competitividade pode levar à exclusão da cachaça do mercado americano, o que afetaria milhares de pequenos produtores. O setor aguarda a abertura de diálogo entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump para tentar resolver a situação.