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Brasil

Celulose brasileira fica totalmente isenta de tarifaço de Trump

Insumo usado na fabricação de papéis, fraldas e absorventes já estava na lista de exceções da sobretaxa de 40% em vigor desde início de agosto e, agora, ficará de fora até mesmo da “tarifa recíproca”.

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As vendas de celulose do Brasil para os EUA estão isentas até mesmo da “tarifa recíproca” de 10% introduzida pelo governo Donald Trump em abril, segundo mudanças recentes na lista de bens excluídos do tarifaço, previstas numa ordem executiva editada na última sexta-feira pela Casa Branca.

O Instituto Brasileiro de Árvores (Iba), que representa os fabricantes de celulose, confirmou o entendimento de que as tarifas americanas caíram.

A celulose já estava na lista de exceções da sobretaxa adicional de 40%, que foi anunciada por Trump no início de julho e entrou em vigor no início de agosto. Com o decreto da última sexta-feira, ficou de fora também da tarifa de 10% em vigor desde abril.

A ordem executiva publicada pela Casa Branca faz diversas modificações no rol dos produtos sujeitos ao tarifaço. Uma longa lista de códigos da classificação americana de bens para fins de comércio exterior foi colocada em três anexos do decreto.

No Anexo 2, que lista produtos que “não estão cobertos” pelas tarifas recíprocas de 10%, estão três códigos que incluem a celulose e derivados. Segundo o Iba, esses três itens respondem por 90% das vendas de celulose do Brasil para os EUA.

Maior fornecedor do mundo

O Brasil é o maior fornecedor de celulose do mundo, segundo o Iba. O destaque da produção nacional é a celulose de fibra curta, usada na fabricação de papel branco, tipo ofício, e também na indústria de higiene e limpeza — papel higiênico, papel toalha, fraldas e absorventes.

As exportações de celulose do Brasil somaram US$ 6,9 bilhões no acumulado até agosto deste ano, alta de 1,4% ante igual período de 2024, segundo os dados da balança comercial, divulgados pelo Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).

Os preços globais do insumo estão em queda, mas o valor das vendas externas subiu porque, em quantidade, houve um salto de 15,6% na comparação anual das exportações brasileiras de celulose.

Suzano, a maior do mundo, diz que tem ‘exposição limitada’

A brasileira Suzano é a maior fabricante de celulose de fibra curta do mundo. Logo quando Trump anunciou a sobretaxa adicional sobre o Brasil, numa postagem nas redes sociais no início de julho, a companhia foi tida como uma das mais afetadas.

No relatório de resultados financeiros do segundo trimestre, divulgado no início de agosto, a Suzano destacou que o anúncio das tarifas recíprocas pelos EUA, no início de abril, derrubou as cotações globais de celulose. Ainda assim, a companhia ressaltou que o insumo ficou de fora da sobretaxa adicional de 40% e informou que “possui exposição comercial limitada ao mercado norte-americano”.

A Suzano tem feito investidas nos EUA. No início do ano, a companhia brasileira tentou comprar a gigante americana International Paper, com uma oferta não solicitada que chegaria a US$ 15 bilhões, segundo aventado na época, mas recuou da investida.

Depois, em junho, anunciou o investimento de US$ 1,7 bilhão numa parceria com a também americana Kimberly-Clark. Juntas, as duas companhias formarão uma nova empresa, avaliada em US$ 3,4 bilhões, para controlar suas unidades de produtos da linha “tissue” — papel higiênico, guardanapo, toalhas de papel e lenços. A americana incluiu no negócio, que envolve 22 fábricas em 14 países, apenas suas unidades fora dos EUA.


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