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Brasil

Amazônia registra queda de 80,9% de focos de calor no primeiro semestre, aponta Inpe

Em todo Brasil, a queda é de 56,8% no número de focos de calor em julho de 2025 em relação ao mesmo mês em 2024.

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A Amazônia apresentou um recuo acentuado de focos de calor e registrou queda de 80,9%, com 2.183 focos de calor detectados no primeiro semestre de 2025, diante dos mais de 11,4 mil focos identificados no período anterior. O bioma registrou 79 mil hectares de áreas queimadas em 2025, com queda de 89,9% na comparação com 2024, quando alcançou 782 mil hectares queimados.

Em todo Brasil, a queda é de 56,8% no número de focos de calor em julho de 2025 em relação ao mesmo mês em 2024. No total foram contabilizados 9.713 focos, frente aos 22.487 identificados em julho do ano passado.

Os dados são do sistema BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e foram divulgados nesta quarta -feira (6 /8) pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA).

Dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) revelam ainda a redução de 61% nas áreas queimadas em julho de 2025 na comparação ao mesmo período de 2024. Em julho deste ano, cerca de 726 mil hectares foram queimados, ante os 1,8 milhão registrados no ano anterior.

O levantamento indicou queda nas áreas queimadas e no número de focos de calor em cinco dos seis biomas do país. A diminuição reflete a s condições climáticas menos severas observadas neste ano e as medidas adotadas pelo Governo Federal e os estados no enfrentamento dos incêndios florestais.

Nos primeiros seis meses de 2025, o país registrou queda de 46,36% no número de focos de incêndios e de 65,8% nas áreas queimadas no território nacional em comparação ao primeiro semestre do ano passado.

Biomas

Pantanal concentra a maior redução dos incêndios e áreas queimadas em julho. No período, foram registrados 39 focos de calor, o que representou uma diminuição de 96,8%, em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram contabilizados 1.218 focos. Houve ainda redução de 99,2% nas áreas queimadas, com o registro de 1, 4 mil hectares queimados em julho de 2025 frente a mais de 170 mil hectares queimados em 2024 no mesmo mês .

Na Mata Atlântica, a redução de focos de calor foi de 19,3%, registrando com 1.404 focos em julho de 2025 , contra 1.739 no ano anterior. A área atingida pelo fogo reduziu 76,4%, saindo de 28 ,5 mil hectares em julho de 2024 para 6, 7 mil hectares no mesmo intervalo em 2025.

Em seguida, vem o Cerrado, com queda de 28,9% em relação aos focos de calor no mesmo período (5.303) na comparação com julho de 2024 (7.463). Foi constatada ainda redução de 28,1% da área atingida pelo fogo , com 624,1 mil hectares afetados pelo fogo no mesmo mês em 2025. No ciclo anterior, foram identificados 868,6 mil hectares queimados.

Já no Pampa , foi registrado recuo de 15,9% em relação aos focos de calor em julho de 2025 (69) na comparação com o ano anterior (82). Houve ainda queda de 12,8 % na área queimada, com 476 hectares atingidos pelo fogo em julho de 2025. No intervalo anterior , foram identificados 546 hectares queimados.

A Caatinga foi o único bioma que registrou aumento nos indicadores. Os focos de calor foram de 542 em julho de 2024 para 715 no mesmo período de 2025. As áreas queimadas saíram de 10.262 para 14.700 hectares.

Ações de prevenção e combate aos incêndios

A Lei nº 14.944/2024, que instituiu a Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo, estabeleceu um conjunto de ações voltadas para a prevenção e controle dos incêndios florestais .

Práticas como as queimadas prescritas, utilizadas para diminuir o acúmulo de material seco, e os aceiros, que consistem em faixas livres de vegetação para barrar a propagação do fogo, são exemplos de técnicas de manejo .

Queimada prescrita é a aplicação planejada do fogo com objetivos conservacionistas para manejo de paisagens e territórios, tornando comunidades e ambientes mais resilientes ao fogo, sob condições ambientais definidas na janela de queima, podendo resultar na formação de mosaicos na paisagem com diferentes regimes de queima, evitando por exemplo que o fogo entre em áreas sensíveis como florestas .

De janeiro a julho deste ano, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Rercusos Naturais Renováveis (Ibama), órgãos vinculados ao MMA, realizaram queimas controladas e prescritas em 154.016 hectares em Unidades de Conservação Federais e 83.730 hectares em Terras Indígenas, totalizando 237.746 hectares, em todos os biomas brasileiros, com o objetivo de conservação socioambiental e prevenção de incêndios florestais.

Confira outras ações implementadas pelo Governo Federal para prevenir e combater os incêndios florestais para a temporada de 2025:

– contratação do maior contingente de brigadistas federais da história, formado por 4385 profissionais – 2600 do Ibama e 1.785 do ICMBio , um aumento de 26% em relação ao ano de 2024 .

– a infraestrutura para 2025 inclui sete novos helicópteros para uso do Ibama em ações de enfrentamento aos incêndios e desmatamento. A renovação da frota aumenta em 75% a capacidade de transporte de agentes e brigadistas, em 40% a quantidade de horas de voo por ano e em 133% a capacidade de lançamento de água.

– desde 2023, o Fundo Amazônia aprovou R$ 405 milhões para apoiar os Corpos de Bombeiros dos nove estados da Amazônia Legal na prevenção e combate a incêndios florestais. Destes, já foram contratados 370 milhões. São projetos no valor de R$ 45 milhões cada para Roraima, Amapá, Pará, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso e Tocantins e de aproximadamente R$ 21 milhões e R$ 34 milhões para Acre e Rondônia, respectivamente.

– pela primeira vez, o Fundo Amazônia apoiará também ações de prevenção e combate a incêndios em estados fora da Amazônia, como no Cerrado e Pantanal. Em julho , foram aprovados R$ 150 milhões para os Corpos de Bombeiros Militares e brigadas florestais de Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, Bahia, Piauí e Distrito Federal. O projeto, de autoria do Ministério da Justiça e Segurança Pública , foi apresentado por meio de um trabalho interministerial.

– sanção da L ei 15.143/2025, que amplia a capacidade de respostas aos incêndios florestais, permite a transferência de recursos diretamente do Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA) para estados e municípios e garante mais agilidade na contratação de brigadistas, reduzindo o intervalo da sua recontratação para três meses. A lei permite ainda o uso de aeronaves estrangeiras em emergências ambientais.

– anúncio dos Planos de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas ( PPCDs ), pela primeira vez, para todos os biomas brasileiros, com estratégias específicas para a preservação ambiental em diferentes eixos até 2027.

– desde janeiro de 2025, o MMA realizou quatro reuniões com especialistas de órgãos públicos e universidades para avaliar a situação climática e previsões futuras, além de seu impacto sobre a ocorrência de grandes incêndios florestais de comportamento extremo;

– publicação de edital que prevê recursos no valor de R$ 32 milhões do Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA) em conjunto com o Fundo de Defesa dos Direitos Difusos (FDD) para apoio a municípios prioritários na Amazônia e Pantanal na implementação de Planos Operativos de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (junho de 2025);

– retomada da Sala de Situação Interministerial sobre Incêndios do governo federal, integrada por 10 ministérios e outros seis órgãos federais (maio e junho de 2025). O grupo se reúne de forma periódica para monitorar a evolução do quadro climático e sua repercussão sobre o risco de incêndios , bem como para apoios mútuos em ações de prevenção e combate ;

– conclusão do Plano de Prevenção e Combate a Incêndios do Bioma Pantanal para a temporada deste ano, elaborado conjuntamente entre o governo federal e os estados que abrigam o bioma (maio de 2025). O plano para os nove estados da Amazônia Legal est á em fase final de formulação;

– veiculação de campanha de prevenção e combate aos incêndios florestais criminosos na Amazônia Legal voltada ao Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará e Roraima, estados que mais sofreram com os incêndios no último ano (abril de maio de 2025);

– publicação de portaria pelo MMA (nº1.327/2025) declarando emergência por risco de incêndios (março de 2025): aponta áreas vulneráveis a incêndios em todo o país e os períodos de maior risco para viabilizar a contratação emergencial de brigadistas federais e a atuação de estados e municípios.

– Decreto n° 12.189, assinado pelo presidente Lula, que aumenta as punições por incêndios florestais no país.


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