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Deputada Carla Zambelli segue presa na Itália, após audiência de custódia em Roma
Justiça terá de decidir se a parlamentar brasileira responderá ao processo de extradição presa, em liberdade ou em prisão domiciliar.

A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) segue presa em Roma, após ter passado hoje por audiência de custódia na capital italiana.
Defesa pediu para que Zambelli fosse liberada. O juiz, porém, decidiu que ela continuará presa pelo menos até uma segunda audiência, que está prevista para o dia 13 de agosto.
A parlamentar brasileira continuará na penitenciária feminina de Rebibbia. Ela pode receber visitas do pai, João Hélio Salgado, 77 anos, e de seus advogados italianos, os irmãos Sammarco (Angelo Alessandro e Pieremilio).
Justiça terá de decidir se a parlamentar brasileira responderá ao processo de extradição presa, em liberdade ou em prisão domiciliar. A audiência de hoje durou três horas, e o magistrado Aldo Morgigni conduziu a sessão na sala da 4ª Seção Penal. A extradição de Zambelli pode levar um ano, segundo especialistas ouvidos pelo UOL.
Zambelli foi presa pela polícia italiana na última terça-feira. A parlamentar estava no apartamento de uma empresária brasileira, localizado em uma área de classe média alta na zona oeste de Roma, onde vivia discretamente havia algumas semanas.
A deputada fugiu para a Itália após ser condenada a dez anos de prisão pelo STF. A decisão na Primeira Turma do STF foi por unanimidade (5 votos a 0), pelo caso da invasão hacker aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O nome da deputada constava na lista de difusa vermelha da Interpol.
Pai de Zambelli: “Ela está frágil”
Zambelli chegou escoltada e entrou na sala por uma entrada reservada. O pai da deputada não teve autorização para entrar na sala da 4ª Seção Penal, onde o juiz Aldo Morgigni conduziu a sessão.
Visivelmente preocupado, mencionou que a filha sofre de “várias doenças”. Porém, não soube especificar quais.
Ela está frágil, com problemas de saúde, sim. Mas não sei dizer quais exatamente.
João Hélio Salgado, pai de Zambelli
A presença de Salgado em Roma levantou especulações sobre a prisão da deputada. Segundo versões que circulam nos bastidores do caso, a polícia italiana teria localizado Zambelli ao identificar o pai nas redondezas do bairro Aurélio, onde ela estava escondida.
“Mentira. Isso é invenção”, disse Salgado. “Eu desci do apartamento duas vezes para ir ao supermercado. Só isso. Nunca fui parado nem seguido. Estava lá o tempo todo”, afirmou.
Relembre o caso
Zambelli contratou um hacker para invadir os sistemas do CNJ. Ele inseriu um mandado de prisão falso contra Moraes, assinado pelo próprio ministro do STF.
Após a condenação, deputada anunciou nas redes sociais que havia saído do país. Ela deixou o Brasil no fim de maio pela fronteira com a Argentina, foi aos Estados Unidos e depois à Itália, país onde tem cidadania.
No início de junho, a deputada chamou de “ilegal” e “autoritária” a ordem de Moraes para prendê-la. “Nossa Constituição é clara: um deputado federal só pode ser preso em flagrante e por crime inafiançável. Nada disso ocorreu”, disse, em nota enviada à imprensa.
Moraes também determinou o bloqueio de passaportes, contas bancárias, salário e verbas de gabinete pagos pela Câmara. Ele também mandou que as redes sociais bloqueassem os perfis de Zambelli em território nacional, sob pena de multa diária de R$ 100 mil. As plataformas cumpriram a ordem, mas o X questionou a decisão.
A parlamentar está afastada da Câmara desde 29 de maio, quando pediu a primeira licença para tratamento de saúde. Depois, Zambelli solicitou mais 120 dias para “tratar de interesse particular”.
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