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Amazonas

Polícia Civil do Amazonas informa que apreendeu suspeito de agressão que levou à morte jovem de 17 anos em Manaus

gundo a PC-AM, o adolescente se apresentou na delegacia acompanhado de advogado, após ter o mandado de internação expedido pela Vara da Infância e Juventude Infracional.

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A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) informou que, por meio da Delegacia Especializada em Apuração de Atos Infracionais (Deaai), apreendeu, nesta quarta-feira (09/07), um adolescente de 16 anos, apontado como um dos envolvidos nas agressões que resultaram na morte de Fernando Vilaça da Silva, de 17 anos.

O crime foi praticado no dia 3 de julho deste ano, na rua Três Poderes, bairro Gilberto Mestrinho, zona leste de Manaus. A morte da vítima foi confirmada dois dias após as agressões.

Segundo a PC-AM, o adolescente se apresentou na delegacia acompanhado de advogado, após ter o mandado de internação expedido pela Vara da Infância e Juventude Infracional.

Fernando Vilaça da Silva, de 17 anos, foi agredido violentamente na última quarta-feira (3), quando reagiu a ofensas feitas por suspeitos que, segundo os familiares, já praticavam bullying recorrente contra ele. O adolescente, que havia saído de casa para comprar leite, questionou um grupo de rapazes que o chamava de “viadinho” e foi brutalmente espancado.

O jovem sofreu edema cerebral, traumatismo craniano e hemorragia craniana, segundo o boletim de ocorrência, e morreu dois dias depois.

Em entrevista à TV Norte Amazonas, afiliada do SBT, o irmão da vítima relatou a dor da perda e descreveu o adolescente como uma pessoa tranquila e generosa.

“O que fizeram com meu irmão não se faz nem com bicho. Todos conheciam ele. Ia da escola para casa. Queremos justiça, queremos que ele não seja só mais um!”, afirmou Gutemberg Vilaça.

A Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) de Manaus investiga o caso.

O delegado-geral adjunto da PC-AM, Guilherme Torres, iniciou parabenizando a equipe da Deaai, bem como destacando a cooperação do Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM) e do Poder Judiciário, que representaram os mandados de internação dos adolescentes, resultando na resposta rápida à sociedade e à família da vítima.

“A vítima já sofria injúria homofóbica, o que é apontado como a motivação do ato infracional. O adolescente foragido, responsável pelo golpe fatal, já havia sido expulso da escola por má conduta. Independentemente da orientação sexual, ninguém deve ser alvo de discriminação, como no caso em questão, embora a vítima nunca tenha se manifestado sobre sua sexualidade”, afirmou Guilherme Torres.

Segundo o delegado, o caso serve de alerta para os pais sobre a importância de conversar com seus filhos sobre respeito e convivência. A discriminação, especialmente em forma de um ato tão covarde como este, destruiu não só a vida da vítima, mas também impactou a família e amigos, que agora não poderão mais compartilhar momentos com essa pessoa.

Apreensão

O delegado Luiz Rocha, titular da Deaai, explicou que a equipe tomou conhecimento do caso na segunda-feira (07/07), ao identificar a possível participação de um menor de idade nas agressões. Imediatamente, a equipe entrou em contato com os familiares da vítima para apurar as circunstâncias do fato, a motivação e localizar os autores.

“Eles foram ouvidos na delegacia, e conseguimos identificar os adolescentes, que seriam primos, e moravam próximo da casa da vítima. Nos deslocamos até o local, mas, ao chegarmos lá, não os encontramos. Mesmo assim, conseguimos qualificá-los”, afirmou Luiz Rocha.

Segundo o delegado, a investigação prosseguiu, e foram solicitados à Justiça os mandados de busca e apreensão dos autores. A internação provisória dos adolescentes foi prontamente deferida pela Vara da Infância e Juventude Infracional, com o parecer favorável do Ministério Público do Amazonas (MPAM), na terça-feira (08/07).

“Um dos adolescentes já foi apreendido, e estamos aguardando a captura do autor de 17 anos. As investigações continuam para cumprirmos o mandado de internação em nome dele o mais breve possível”, finalizou o delegado.

O adolescente apreendido responderá por ato infracional análogo aos crimes de homicídio qualificado por motivo fútil e injúria homofóbica. Ele será encaminhado à Unidade de Internação Provisória (UIP), onde permanecerá à disposição do Juizado Infracional.


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