Amazonas
Amazônia deve muito ao papa Francisco, diz primeiro cardeal da região
Para dom Leonardo, Francisco “levou a Amazônia para o mundo”.

O arcebispo de Manaus, dom Leonardo Ulrich Steiner, afirmou nesta terça-feira, 22/4, que a Amazônia “vai dever muito” ao papa Francisco pelo legado deixado pelo pontífice, que morreu nesta segunda-feira. Para ele, que é o primeiro cardeal da Amazônia, Francisco abriu horizontes ao fazer a igreja “olhar para frente”.
Em entrevista à rádio Rio Mar, de Manaus, dom Leonardo afirmou que, para quem é da região, Francisco “é o papa da Amazônia”.
Papa Francisco sempre que nos encontrava, ele perguntava: ‘Como vai nossa querida Amazônia?’ Ele sempre esteve voltado para cá. Durante o tempo da pandemia, ele telefonou para saber como andava a questão da covid. Um homem sempre muito preocupado com a Amazônia, mas não preocupado só com a região, mas com as pessoas que aqui vivem, especialmente os povos originários e também os pobres.
O maior exemplo do legado de Francisco para a região foi a realização do Sínodo da Amazônia, o primeiro da região, que reuniu 184 bispos da chamada Pan-Amazônia. O evento ocorreu no Vaticano e durou 20 dias em outubro de 2019.
O debate terminou com ideias para aumentar a abrangência na região, com proposta de alcançar povos vulneráveis e originários.
“Ele sabia que aqui há anos já se vem tentando caminhar para uma igreja sinodal, uma igreja onde todos participam. E ele era um grande entusiasta da igreja da sinodalidade”.
Dom Leonardo
Para dom Leonardo, Francisco “levou a Amazônia para o mundo”. “O mundo despertou para a Amazônia através do Papa Francisco. Por isso, nós somos tão gratos por ele ter recordado a importância que a Amazônia tem em termos de oxigênio, em termos de meio ambiente, mas em termos também de cultura, mas também em termos do modo de ser igreja”, disse.
Como será o novo papa?
Com 76 anos, dom Leonardo foi o primeiro cardeal nomeado da Amazônia, em 2022, e será um dos eleitores do conclave para escolha do novo papa.
Ele diz conhecer poucos os cardeais para traçar qual deve ser o perfil do próximo pontífice eleito, mas diz acreditar que a igreja já é outra após o legado deixado por Francisco.
“Tivemos um papa preocupado com os pobres, com a misericórdia de Deus; um Papa que desejou que o Evangelho fosse motivo de alegria, fosse motivo de esperança. Nós somos profundamente gratos a Deus por nos ter dado um papa que nos ajudou a olhar para a frente, abriu horizontes para a igreja, fez com que as pessoas se sentissem amadas, se sentissem pertencentes a uma igreja”, disse Dom Leonardo
Entre os pontos positivos de sua gestão, ele ainda citou que o Papa que “colocou em ordem a economia da igreja” e que “enfrentou a questão dos abusos sexuais”.
“Foi um Papa que sempre pensou o bem das pessoas, não importava a quem. E por isso que nós somos profundamente gratos a Deus. Fica um sentimento de gratidão”, concluiu Dom Leonardo.
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